Vaias da torcida após a vaga sinalizam problemas do Flamengo
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Não me lembro, em quase 50 anos de carreira e mais de 60 de arquibancada, de ter visto uma classificação saudada com vaias. Aconteceu, após a vitória sofrida, suada e dramática, com atuação medonha do Flamengo, sobre o Deportivo Táchira, que lhe valeu o segundo lugar na fase de grupos da Libertadores.
Não fosse uma defesa quase milagrosa de Agustin Rossi, com o pé direito, nos acréscimos do segundo tempo, o rubro-negro carioca teria sido eliminado, em pleno Maracanã, num vexame capaz de superar o do América do México, de Cabañas, em 2008. Mesmo com a vaga garantida, a torcida rubro-negra deixou o estádio cuspindo marimbondos. Com razão.
Após o péssimo desempenho, o técnico Filipe Luís, na entrevista coletiva, festejou a vitória e a classificação e atribuiu a paupérrima atuação de seu time ao desgaste causado no jogo contra o Palmeiras, no gramado sintético do Allianz Parque, três dias antes.
O Verdão, derrotado na ocasião, pelo Flamengo, atuou na mesma noite, goleando o Sporting Cristal por 6 a 0. O Cristal fez, durante a fase de grupos, quatro pontos. O Táchira, zero. É o pior time da atual Libertadores. E veio com um time misto. Não há desculpas para o vergonhoso desempenho rubro-negro.
Se a defesa tem sido o esteio da equipe do Flamengo e o meio-campo sofre com desfalques constantes, o ataque é seu calcanhar de Aquiles. Com todos os jogadores de frente em péssima fase (Luís Araújo, sem ser brilhante, é a exceção que confirma a regra) a pergunta que começa a se impor é: até que ponto o esquema ofensivo posicional e a pressão na saída de bola do adversário não estão provocando esta má fase?
Cabe a Filipe Luís se debruçar sobre o tema - analisando, inclusive, outras formas e táticas para jogar. E à diretoria perceber que reforços importantes são extremamente necessários na próxima janela. Principalmente um jogador para a revezar com Arrascaeta, que diante do Táchira atuou como um perna-de-pau.
Com o futebol mequetrefe praticado na Libertadores (que campanha desastrosa, num grupo fraquíssimo!), o Flamengo não ganhará mais nada na temporada. Mesmo com uma folha de pagamentos que beira os R$ 40 milhões mensais.
ANCELOTTI
Presente ao Maracanã, o italiano Carlo Ancelotti deve ter ficado decepcionado com o time que, graças à lista elaborada basicamente por Rodrigo Caetano e Juan, é a base de sua seleção.
O Flamengo não jogou bulhufas diante do novo treinador e é a base da seleção, com cinco jogadores.
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