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Filipe Luís pisou na bola: poupar na Libertadores é inaceitável

A Libertadores da América é a competição mais importante do continente. Não há campeonato nacional que, esportivamente, valha mais que ela, seja no Brasil, na Argentina, no Uruguai ou em qualquer outro país sul-americano. É a nossa Liga dos Campeões. Alguém poupa na Champions? Então...

Este ano, o Flamengo luta por um tetracampeonato que o colocaria à frente de todos os seus compatriotas. Diante disso tudo, foi um erro colossal de Filipe Luís poupar três de seus principais titulares no primeiro tempo contra o Central Córdoba — Wesley, Pulgar e Gerson. Errou feio e foi castigado de forma dura, perdendo por 2 a 1, em pleno Maracanã.

O resultado, combinado com a vitória da LDU sobre o Táchira, colocou em risco até a classificação rubro-negra para a fase de mata-mata, quanto mais o sonho de se classificar em primeiro e ter uma das melhores campanhas da fase de grupos. Os próximos jogos são fora: LDU, nos 2.850 metros de Quito, e o Central Córdoba, em Santiago del Estero. Risco real de eliminação.

E qual o motivo disso? A demagógica e estúpida decisão do presidente Bap, reverberada por José Boto e pelo próprio Filipe Luís de que na atual temporada a prioridade é o Brasileirão. Por que resolveram isso? Consultaram a torcida? Duvido que o rubro-negro de verdade prefira o nono brasileiro ao tetra da Libertadores. Duvi-de-ó-dó.

De mais a mais, quem disse que são títulos excludentes? Jorge Jesus, no próprio Flamengo, e Arthur Jorge, no Botafogo, provaram que não. Felipão, em 2018, jogou com um time alternativo o Brasileiro até ser eliminado na Libertadores, e conquistou o título nacional, depois de eliminado no continental.

Filipe Luís está no início de uma carreira extremamente promissora, sua segunda derrota acontece no 31º jogo à frente de um time profissional, onde já garantiu três títulos: Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca.

É natural que erre, e ainda vai errar muito mais. Mas é preciso que tenha humildade e aprenda com seus erros. Poupar na Libertadores foi o maior deles até agora.

CURTAS

  • Dois dos três atacantes escalados de início contra o Córdoba, brigaram ferozmente com a bola: Juninho e Plata. Quando o terceiro, que se entende bem com ela, Bruno Henrique, também está em jornada infeliz, a coisa fica muito feia.
  • Wesley voltou da seleção revivendo os seus piores momentos do início de carreira. E continua a não acertar um cruzamento!
  • Léo Pereira é outro que parece estar regredindo. O tapa que deu na bola, fazendo o pênalti que permitiu ao Córdoba abrir o placar, foi de uma infantilidade ímpar.
  • Com o acúmulo de contusões e a obsessão por controle de minutagem, Filipe não repete escalação. A melhor atuação do Flamengo, no ano, foi na Supercopa do Brasil, contra o Botafogo. Tal escalação nunca mais começou uma partida. E o conjunto?
  • A escalação de Pedro, como salvador, depois de sete meses de inatividade, foi, no mínimo, irresponsável. Só falta escalá-lo como titular contra o Grêmio. É necessário cautela e parcimônia na utilização do artilheiro nesta sua volta.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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