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Renato Mauricio Prado

REPORTAGEM

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Flamengo em chamas: Bap usa SAF para esvaziar Braz

Renato Maurício Prado

09/02/2023 16h41Atualizada em 09/02/2023 16h41

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Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Conselho de Administração do Flamengo, arrumou novo front para combater seu inimigo figadal, Marcos Braz. Aproveitando-se da total incompetência do vice-presidente de futebol, na preparação para o Mundial Interclubes, a competição mais importante que o clube disputaria em 2023, está convocando todos os conselheiros do clube para uma palestra com o Senador Carlos Portinho, relator da lei da Sociedade Anônima de Futebol, a SAF.

O evento acontecerá na próxima segunda-feira, dia 13/02, no salão nobre da Gávea, com início previsto para às 18h30 e término às 20h30. O convite é assinado também pelo presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Alcides, conhecido aliado de Bap e desafeto de Braz.

A justificativa oficial é que o Flamengo quer entender quais as vantagens que os adversários que se tornaram SAF poderão ter daqui pra frente e se seria bom negócio aderir também a esse tipo de sociedade, mesmo sendo o rubro-negro um clube hoje em dia superavitário, com faturamente superior a R$ 1 bilhão por ano.

A discussão, porém, vai bem mais além, embutindo o modelo atual, de comando de um dirigente amador, no caso, Marcos Braz, ante executivos profissionais, bem remunerados.

Não creio que seja interesse do Flamengo, nos moldes atuais, se tornar SAF. Mas a ideia de ter um diretor executivo de verdade (e não um mero negociador de contratos e contratações como Bruno Spindel) me parece a única saída para um departamento de futebol amador e incompetente, como uma vez mais ficou provado na forma como o rubro-negro se preparou para o Mundial. O vexame colossal não foi à toa.

Vexame, aliás, que continuou na patética entrevista de Marcos Braz a Eric Faria, quando não disse nada que prestasse ou justificasse a quantidade assombrosa de erros que cometeu.

Entre outras platitudes, o cartola garantiu que a decisão de demitir Dorival Júnior já estava tomada, antes de se pensar em Vitor Pereira, e que a questão salarial (supostamente o técnico teria pedido 100% de aumento) nem foi a principal.

Quais teriam sido, então, esses motivos mais fortes para trocar o treinador campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, em cima do Mundial? Isso, Braz não quis revelar, deixando covardemente no ar ilações que comprometeriam o trabalho dele.

Marcos Braz, calado, é um poeta. E está dando cada vez mais espaço para que Bap aumente seus correligionários que querem ver o vereador longe do futebol rubro-negro, seu maior colégio eleitoral.