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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sem o Flamengo, Maracanã voltará à Suderj?

17/09/2022 22h34Atualizada em 17/09/2022 22h43

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O Governo do Rio de Janeiro quer retomar o controle do Maracanã. É o que se depreende diante das estapafúrdias exigências feitas para a nova licitação, a última delas, determinando que os clubes não permissionários pagarão o mesmo valor de aluguel que aqueles que assumirem todos os custos e responsabilidades pelo estádio. Só pode ser piada.

Os incautos que se dispuserem a assumir o estádio precisarão ainda conviver com a interferência direta do Governo, que terá dois de três representantes no conselho de gestão. E enfrentarão ainda substancial aumento do preço da outorga, que passará de R$ 3,2 milhões/ano para R$ 5,6 milhões.

Nestas condições, o Flamengo não pretende disputar a concorrência. É verdade que até que o seu futuro estádio, no Gasômetro, esteja pronto, o Mais Querido ainda precisará jogar por lá. Mas pretende fazê-lo pagando aluguel por partida. Faz mais sentido e custa menos.

A negociação para a compra do terreno da Caixa está cada vez mais bem encaminhada, mas, ao contrário, do que chegou a ser noticiado, ainda não está fechada. Daí o ceticismo do presidente Rodolfo Landim em poder anunciar o lançamento da pedra fundamental no dia 15 de novembro, aniversário do Flamengo.

A capacidade da futura casa rubro-negra deverá ser mesmo de 110 mil torcedores, com uma distribuição de setores que, se por um lado, poderá gerar até R$ 800 milhões para ajudar a pagar a obra com a venda de cadeiras cativas a preços que variam entre R$ 80 mil e R$ 100 mil, por outro se preocupará em garantir às classes com menor poder aquisitivo, áreas mais acessíveis, algo que o Maracanã atual praticamente negou. A diferença é que a "nova geral" será no anel superior do estádio, onde não haverá cadeiras e assim a capacidade será maior.

Há negociações em andamento com uma grande rede de shoppings centers, interessada em fazer parte do complexo, que poderá ter também hotéis, cinemas e restaurantes, criando um polo de atrações que complementaria a urbanização da área do Porto Maravilha, com o Museu de Amanhã numa ponta e o estádio do Flamengo na outra.

Com a 777 e John Textor planejando reformas em seus estádios, Vasco e Botafogo pretendem voltar a jogar muito no Maracanã. Imaginem o caos que será administrá-lo (pobre gramado!). Melhor mesmo que o Flamengo deixe que volte às mãos da Suderj, ou de qualquer outro inocente. E concentre seus esforços em erguer o mais rapidamente possível sua tão sonhada praça de esportes.

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