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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Misto de Dorival vence muito mais que o titular de Paulo Sousa

Renato Maurício Prado

07/08/2022 03h47Atualizada em 07/08/2022 03h49

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Escalando times mistos no Brasileiro, o Flamengo venceu Santos, Coritiba, Avaí, Atlético Goianiense e São Paulo. Perdeu apenas para o Corinthians, por causa de um bizarro gol contra de Rodinei, num jogo em que mereceu, no mínimo, um empate.

A equipe reserva do rubro-negro tem 83% de aproveitamento no campeonato, rendimento superior ao do líder Palmeiras e ao do próprio Dorival à frente do elenco mais caro do futebol brasileiro, ambos com 70%. Graças a esse desempenho, apesar do péssimo início, o Flamengo ainda sonha com o título brasileiro, embalado por cinco vitórias consecutivas.

Tais resultados, além de manter vivas as esperanças rubro-negras, ratificam a assustadora incompetência de Paulo Sousa, que o dirigiu nas primeiras dez rodadas (com míseros 40% de aproveitamento e apenas três triunfos) e foi um dos mais desastrosos treinadores da história do Fla - e pensar que o presidente Rodolfo Landim disse que ele "tinha mais conteúdo que Jorge Jesus!

É fundamental relembrar: exceção feita a Arturo Vidal e Cebolinha, todos os jogadores utilizados por Dorival, até agora, já estavam no elenco, quando o português e sua medonha comissão técnica trabalhavam no Ninho do Urubu. A diferença entre os trabalhos de um e outro é abissal.

O Flamengo de Dorival Júnior não é, como foi o de Jorge Jesus, uma equipe avassaladora, revolucionária e encantadora. Ainda não ganhou nada. Mas, jogando o feijão com arroz muito bem temperado, devolveu ao torcedor o prazer de torcer e a alegria de vencer. Algo que lhe foi sonegado desde que o verdadeiro Mister partiu, rumo ao Benfica, em 2020.

Na equipe titular, Dorival rearrumou o sistema defensivo (resgatando até o então maldito Léo Pereira), recuperou o ótimo futebol de Éverton Ribeiro (realocando-o na posição de volante, pela direita), juntou, com sucesso, Pedro e Gabigol (dupla renegada por seus antecessores) e devolveu ao genial Arrascaeta uma liberdade só exercida nos tempos de Jorge Jesus.

No time reserva, faz aflorar cada vez mais o talento de jovens como Victor Hugo e Lázaro (e ainda tem Matheus França, na manga) e vai dando confiança e minutagem a jogadores mais rodados como Marinho e Cebolinha, além de outros, como Fabrício Bruno, Pablo e Ayrton Lucas.

Detalhe importantíssimo: o misto não é mais um bando de suplentes reunidos a esmo em campo, mas onze jogadores que sabem bem o que fazer - num esquema até um pouco diferente do utilizado pelos titulares, com dois pontas abertos e sem um centroavante fixo. E jogam bem!

Desta forma, o Flamengo pode se manter vivo nas três competições que ainda disputa. Com a classificação bem encaminhada para as semifinais da Libertadores, chances reais de passar também na Copa do Brasil e à espreita no Brasileiro, onde o líder Palmeiras terá uma sequência de jogos decisivos contra seus principais perseguidores (Corinthians, o próprio Flamengo e o Fluminense).

Façam suas apostas! Apesar do calamitoso Paulo Sousa, graças a Dorival Júnior, o rubro-negro carioca ainda está vivo e cada vez mais forte. Se Oscar vier, então...