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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Se Dorival insistir com Gabigol e Pedro juntos vai dar liga

Pedro e Gabigol durante jogo do Flamengo diante do Talleres-ARG, pela Libertadores - Marcelo Cortes / Flamengo
Pedro e Gabigol durante jogo do Flamengo diante do Talleres-ARG, pela Libertadores Imagem: Marcelo Cortes / Flamengo

26/06/2022 09h37

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A melhor notícia para a torcida do Flamengo, na boa e importante vitória sobre o América Mineiro, no Maracanã, foi a constatação de que o elenco voltou a ter um grande goleiro - que, estupidamente, o antigo técnico limitava aos jogos da Libertadores e o seu treinador de arqueiros ainda estropiou num treinamento no Ninho do Urubu (foram 52 dias de inatividade, curando-se de grave problema muscular).

Santos não somente garantiu que o gol rubro-negro terminasse a partida invicto (fez pelo menos três boas defesas) como participou ativamente do primeiro tento rubro-negro, com um lançamento preciso para Pedro se livrar dos marcadores e servir Gabigol. Com os pés, ele deu ainda início a várias outras boas jogadas, facilitando muito a saída de bola do time. Não pode mais sair do time. Seja qual for a competição.

Com três volantes, Dorival vai conseguindo o que Paulo Sousa jamais alcançou com três zagueiros: equilibrar o meio-campo e a defesa. Sob o seu comando, o Flamengo ainda tem muito a evoluir, mas já é um time minimamente organizado, algo que seu limitado antecessor não chegou nem perto de conseguir.

Pode ser até que a iniciativa de juntar Gabigol e Pedro no ataque tenha nascido da ideia de poupar alguns titulares da última partida, contra o Atlético Mineiro. Mas ela me parece a melhor solução num momento em que Éverton Ribeiro, evidentemente, não consegue mais jogar bem 90 minutos e, sem Bruno Henrique, a opção por Lázaro, na esquerda, ainda é não é totalmente confiável.

Com um meio-campo mais marcador, é possível apostar num trio de ataque que não volte tanto, caso de Arrascaeta, Gabigol e Pedro. Não estivesse o camisa nove numa jornada infeliz (perdeu dois gols feitos e um pênalti, nos dez primeiros minutos do segundo tempo), o Flamengo teria disparado uma goleada, com uma atuação impressionante de seu ataque. Pedro ainda chutou uma bola na trave.

O ex-jogador do Fluminense precisa de ritmo, de sequência de jogos. É óbvio que pode formar uma dupla de ataque infernal com Gabriel - são atacantes diferentes e com características complementares. Basta Dorival insistir com eles. Não adiante voltar com Éverton Ribeiro, atuando desde o início. O próximo jogo, contra o Tolima, pode selar a sorte do rubro-negro na Libertadores. Insista com Pedro e Gabriel, Dorival. Não desista.

Emocionante

Não sou daqueles que acham que a contratação de Marinho foi um equívoco. É verdade que ainda não conseguiu repetir, no Flamengo, as grandes atuações que teve no Santos. Mas pode, sim, ser um jogador bastante útil no elenco.

Sua emoção, ao marcar o terceiro gol, numa jogada típica de seu repertório (e que nenhum outro atacante do elenco possui) foi tocante. Bem utilizado, ainda tem condições de ser útil. E seu desabafo em relação ao antigo técnico foi absolutamente justo.

Paulo Sousa não gostava dele e jamais o escalou em sua verdadeira posição. Se Dorival for inteligente, Marinho tem talento para dar alegrias à torcida rubro-negra. Mesmo vindo do banco de reservas.