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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Atuação redentora de Hugo salva a pele de Paulo Sousa, no Fla-Flu

30/05/2022 00h01Atualizada em 30/05/2022 00h01

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Vencer um Fla-Flu, algo que não acontecia desde o ano passado (nos últimos nove confrontos sofreu seis derrotas), foi sem dúvida um grande resultado para o Flamengo. Mas tal triunfo não se deve creditar a um desempenho exemplar do time rubro-negro em geral, mas a uma atuação individual excepcional de seu contestado goleiro Hugo, autor de pelo menos cinco defesas monstruosas. Não fosse ele, o Fluminense teria, no mínimo, empatado. E poderia até ter vencido.

O tricolor finalizou 17 vezes ao gol do rubro-negro que, por sua vez, concluiu apenas três, vou repetir, três ataques, em direção à baliza de Fábio. Duas dessas bolas entraram, uma foi para fora. Números expressivos que evidenciam a superioridade da equipe das Laranjeiras sobre o seu tradicional adversário da Gávea.

Resultado injusto? Isso não existe no futebol, cuja magia está justamente nessa particularidade de, muitas vezes, o que jogou menos derrotar o que jogou mais. De mais a mais, o Flu cansou-se de derrotar o Fla, nas últimas partidas, atuando assim.

O rubro-negro consciente, e que entende minimamente de futebol, sabe, entretanto, que os resultados recentes (quatro vitórias, nas últimas quatro partidas no Maracanã) são "mentirosos". A equipe de Paulo Sousa não teve nem sequer um grande desempenho em qualquer uma dessas partidas. Em todas, irritou seus torcedores, mesmo vencendo.

Verdade seja dita: o Flamengo de Sousa segue sendo coletivamente um caos. A defesa é um queijo suíço, o meio-campo vacila na marcação e pouco brilha na armação e o ataque (que usa e abusa das bolas altas sobre a área) depende única e exclusivamente de jogadas e brilhos individuais.

Diante da enorme pressão da torcida por sua demissão, o treinador abandonou de vez suas convicções e, atualmente, seu trabalho em nada difere de inúmeros técnicos brasileiros medíocres. É mais do mesmo. E pior que Domènec, Ceni e Renato. O que fez para garantir a vitória no Fla-Flu, jogando acovardado e recuado como time pequeno, após virar o placar para 2 a 1, é prova cabal de sua enorme limitação.

Os números recentes, porém, estão a seu favor. O Flamengo classificou-se para o mata-mata da Libertadores em primeiro lugar de sua chave, com a terceira melhor campanha do torneio; está classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil e, com a vitória no Fla-Flu colocou-se a apenas três pontos dos líderes do Brasileiro - ainda que em oitavo lugar.

Argumentos na medida para Rodolfo Landim e Marcos Braz, que não querem, de forma alguma, ver Jorge Jesus de volta ao Ninho do Urubu, o mantenham no cargo. O preço desta decisão, porém, pode ser bem caro. Com este futebolzinho mequetrefe, é difícil crer que o Flamengo seja capaz de ganhar qualquer título ba atual temporada - já perdeu a Supercopa do Brasil e o tetracampeonato carioca..

Em tempo: não foi somente Hugo que teve uma noite de redenção. Andreas Pereira, autor de um gol e da jogada de outro, também acabou, com justiça, aplaudido pela torcida. A conferir como se portarão nos próximos compromissos...