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Renato Mauricio Prado

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Atlético Mineiro terá que escalar um Everest até o título da Libertadores

01/06/2021 18h44Atualizada em 01/06/2021 18h45

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Melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, o Atlético Mineiro pode ser considerado o time mais azarado do sorteio. Para chegar à tal glória eterna, que apregoa o comercial da principal competição do continente, começará enfrentando o Boca Juniors, nas oitavas de final, poderá pegar o River Plate, nas quartas, o Palmeiras ou o São Paulo, na semi e, por fim, o Flamengo, ou o Internacional, na grande final. Não consigo imaginar sequência de adversários mais difíceis.

Abençoado pelas bolinhas foi o Fluminense, aquinhoado, nas oitavas, com o sonho de consumo de todos os integrantes do pote 1: o fraco Cerro Portenho. Depois, vem o vencedor de Vélez Sarsfield e Barcelona de Guayaquil nas quartas e, se passar, aí sim, já na semi, deverá encarar um rival mais forte: possivelmente Flamengo ou Internacional.

O Flamengo também não pode reclamar da fortuna, apesar de ter pela frente, nas oitavas, um jovem treinador argentino, Sebastían Beccacece, discípulo de Jorge Sampaoli, que já foi algoz de Rogério Ceni em duas competições: pela próprio Defensa y Justicia, contra o São Paulo, na Sul-Americana de 2017, e na Libertadores do ano passado, pelo Racing.

Curiosamente, os quatro confrontos terminaram empatados. Na Sul-Americana, com o São Paulo, Ceni caiu pelo critério do gol fora (empate em 0 a 0, na Argentina, e 1 a 1, no Brasil) e na Libertadores (1 a 1 nas duas partidas) na decisão por pênaltis.

Mesmo com a perspectiva de um duelo com o Internacional, nas quartas-de-final, o rubro-negro carioca se livrou da pior chave, onde ficaram Atlético Mineiro, River Plate, Boca Juniors, São Paulo e Palmeiras. Os times paulistas ainda enfrentarão adversários menos indigestos nas oitavas (principalmente o Palmeiras, que jogará com a Universidad Católica). A partir daí, porém, só pedreira. Inclusive a possível reedição da final do Campeonato Paulista deste ano, nas quartas. Promete.

Apesar da reconhecida força dos times argentinos, nas fases de mata-mata, a atual temporada pode ser mais favorável às equipes brasileiras, que seguirão em atividade durante o mês de junho, temporada de férias para todas as federações sul-americanas que adotam um calendário alinhado ao europeu - como é o caso de Argentina, Uruguai e Paraguai. Os jogadores desses países poderão chegar até menos desgastados, mas sem ritmo de jogo e ainda em fase de pré-temporada.

É bem possível, portanto, sonhar com semifinais totalmente brasileiras, como, por exemplo, Fla-Flu de um lado, e Atlético Mineiro e Palmeiras, do outro. Ou ainda Internacional e Fluminense e Atlético Mineiro e São Paulo, o que garantiria, pelo segundo ano seguido, uma final 100% do Brasil.

Façam suas apostas. Minha bola de cristal (normalmente errática) escolhe Flamengo x Palmeiras na decisão. E as de vocês?