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Num calendário insano, por que ainda usa titulares, Abel?
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Não estou entendendo o técnico português Abel Ferreira, campeão da última Libertadores. Toda vez que vê um microfone à frente, ele aproveita para desancar o calendário do futebol brasileiro que, indiscutivelmente, é caótico, mas do qual já tinha conhecimento, quando decidiu vir para cá. Minha incompreensão, entretanto, nem é em relação aos repetidos queixumes, mas às atitudes do treinador que reclama dos jogos seguidos, mas continua expondo titulares importantes a esta maratona insana.
O Campeonato Brasileiro já não vale rigorosamente nada para o Palmeiras. Desde a derrota para o Flamengo, no returno (2 a 0, no Maracanã). a ilusão de "ganhar tudo" foi abatida pela realidade. Ainda havia uma final de Libertadores pela frente e, em caso de vitória, como aconteceu, um Mundial a ser disputado no Catar - onde o sonho de um duelo glorioso contra o Bayern de Munique se tornou um duro pesadelo, com direito à pior colocação de um sul-americano no torneio, com o agravante de não ter conseguido marcar nem um golzinho sequer.
Vida que segue, o Palmeiras volta ao Brasil e a única competição que lhe resta para lutar por mais um caneco, neste final de temporada, é a Copa do Brasil, contra o Grêmio, nos dias 28 deste mês e 07 de março. O que seria razoável esperar, então, de Abel Ferreira, que se mostra sempre tão preocupado com o desgaste de seus jogadores? Que os poupasse, dando um bom tempo de recuperação a todos e aproveitando esse período para treinamentos que devolvessem ao time um padrão de jogo bem mais eficiente do que o demonstrado na própria final da Libertadores e nos jogos dos Mundiais.
Abel, porém, não faz uma coisa, nem outra. Continua preocupado em ganhar jogos que não significam bulhufas - vide sua entrevista após a derrota para o rebaixado Coritiba, quando lamentou as chances perdidas por seus atacantes, entre os quais acabou colocando em campo titulares absolutos, como Luiz Adriano, Roni, além de Danilo, Patrick de Paula e Gabriel Menino, que acabou sofrendo uma entorse no tornozelo.
Certamente, haverá quem fale na importância de que os principais jogadores não percam o ritmo de jogo. É fato, mas especificamente, nesse jogo contra o Coritiba não fazia o menor sentido escalar (ainda que alguns apenas no segundo tempo) titular algum.
Pensando nas finais da Copa do Brasil, nem o clássico, contra o São Paulo, vale o risco. Mas duvido que Abel não acabe escalando a maior parte dos jogadores que estarão em campo nos dois jogos finais da Copa do Brasil. Depois, não adianta reclamar do calendário...
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