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Renato Mauricio Prado

Cuca e Diniz disputam o posto de melhor técnico da temporada?

Fernando Diniz e Cuca  - Paulo Paiva/AGIF e Kely Pereira/AGIF
Fernando Diniz e Cuca Imagem: Paulo Paiva/AGIF e Kely Pereira/AGIF

17/12/2020 04h00

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Numa noite de gala para a dupla San-São, o Santos despachou o Grêmio, com uma goleada, e se classificou para a semifinal da Libertadores; enquanto o São Paulo obteve uma vitória categórica sobre o vice-líder do Brasileiro, o Atlético Mineiro, abrindo sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado (o Flamengo, com dois jogos a menos, ainda pode diminuir essa distância para até dois pontos, mas no momento esta é a posição na tabela). Cuca e Diniz se candidatam assim ao posto de melhor técnico desta atribulada temporada?

O que Cuca tem feito é especialmente digno de elogios diante do quadro caótico do clube que dirige e que, entre outras coisas, ficou sem poder contratar reforços, por dívidas na Fifa, teve o seu presidente afastado por um processo de impeachment e se meteu ainda naquela absurda tentativa de contratação de Robinho, condenado por estupro, na Itália. Ah, houve também o surto de Covid, que deixou o treinador internado uma semana e alcançou até o seu principal auxiliar, o irmão Cuquinha.

Mesmo assim, garimpando a garotada da casa, Alex Stival montou um time que dá gosto de ver, com Kaio Jorge, Sandy, Lucas Braga e outros meninos da Vila. Impossível não reconhecer: que trabalho espetacular de Cuca! Não sei se chegará à final da Libertadores, mas já não duvido. Racing e Boca ainda não jogaram um futebol que assuste o Santos. River Plate ou Palmeiras, numa eventual final, sim, parecem superiores. Mas num jogo só... Vai que Kaio Jorge faz outro gol com 11s. E Soteldo estará de volta.

Se Cuca brilha numa situação cheia de adversidades, Fernando Diniz é outro que conseguiu uma volta por cima quando tudo parecia contrário. Houvesse torcida nos estádios, dificilmente teria chegado até aqui. Mas sem o clamor das arquibancadas, Raí o bancou, apesar das seguidas desclassificações no Paulista, na Libertadores e na Sul-Americana e seu time, enfim, “encaixou”. Como duvidar de uma equipe que venceu três vezes o poderoso Flamengo e derrotou, de forma categórica, o Atlético Mineiro, de Jorge Sampaoli? Quem será capaz de pará-lo?

A última vitória, sobre os mineiros, foi impressionante e indiscutível. Mostrou-se superior do primeiro ao último minuto. Perdeu Luciano e, em vez de escalar o substituto óbvio, Pablo, optou por Tchê Tchê. E assim engoliu o adversário, que entrou com três zagueiros e fez algumas opções estranhas – como Calebe, no lugar de Eduardo Sacha. Azar o de Sampaoli. O time de Diniz foi exemplar, com um ataque de alta rotatividade, com Brenner, Gabriel Sara e Igor Gomes e uma defesa especialmente segura, com destaque para o lateral Juanfran. E o que está jogando Daniel Alves? Barbaridade!

Apesar disso tudo, nada garante que o São Paulo ganhará o Brasileiro ou a Copa do Brasil (onde disputará a semifinal contra o Grêmio). Mas, pelo futebol que está mostrando, obviamente, tem fortes possibilidades nas duas competições. No Brasileirão, o Flamengo precisa, no mínimo, igualar o seu número de pontos até a última rodada, para decidir o título na derradeira partida, no Morumbi. Com a vantagem do empate para o tricolor paulista.

Haja o que houver, Cuca e Fernando Diniz já estão entre os melhores treinadores desta temporada tão atípica. Quem pode superá-los? Talvez o português Abel Ferreira, se levar o Palmeiras aos títulos da Libertadores, da Copa do Brasil e (bem mais difícil) do Brasileiro. Ou Rogério Ceni, se vencer o Brasileiro, com o melhor elenco do país. São os únicos desafiantes.

Façam suas apostas.