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Renato Mauricio Prado

Discussão sobre sequência de jogos do Flamengo é de uma tolice colossal

Alexandre Vidal / Flamengo
Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

11/12/2020 18h05

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A sequência de jogos do Flamengo no Maracanã (quatro, nos próximos cinco jogos) fez nascer, na imprensa esportiva, uma discussão tão bizarra, quanto escalafobética: a de que a tabela, de certa forma, poderia estar beneficiando o rubro-negro carioca na "reta final do campeonato". Eis a tabela rubro-negra: Flamengo x Santos, no dia 13/12; Flamengo x Bahia, no dia 20/12; Fortaleza x Flamengo, no dia 26/12; Flamengo x Fluminense; no dia 06/01 e Flamengo x Ceará; no dia 10/01.

Tal raciocínio é uma besteira de tal porte que merece certa reflexão. Primeiro porque o Brasileiro, como chegaram a dizer, ainda não entrou em sua reta final, longe disso. Depois porque as tabelas do turno e do returno são espelhadas, ou seja, se o Flamengo fará agora quatro de cinco jogos no Maracanã, fez exatamente o contrário, apenas um de cinco, no primeiro turno. Qual a vantagem, então?

Pior: assim como o Flamengo, o São Paulo ainda fará também quatro de cinco jogos seguidos no Morumbi, entre final de janeiro e início de fevereiro. Muito mais reta final, portanto. A saber: São Paulo x Internacional, no dia 20/01; São Paulo x Coritiba, no dia 24/01; Atlético Goianiense x São Paulo, no dia 31/01; São Paulo x Palmeiras, no dia 07/02 e São Paulo x Ceará, no dia 13/02. Isso foi lembrado na polêmica? Não.

Meu querido amigo Paulo Vinícius Coelho foi um dos que entraram ingenuamente nesse papo torto, nascido e desenvolvido no Seleção SporTV (com reflexo nas redes sociais). Ele defende que a tabela do Brasileiro, idealmente, deveria ser como a do Campeonato Alemão, onde todos fazem sempre um jogo em casa, outro fora.

Isso é fácil num país de dimensões infinitamente menores que o Brasil, onde os deslocamentos, naturalmente, são muito mais curtos. Aqui, por causa de nossas dimensões continentais, "juntar" jogos fora e em casa (no máximo, de dois em dois) ajuda a diminuir os desgastes das viagens e os custos dos deslocamentos. E se o turno e o returno invertem os mandos e as ordens das partidas, naturalmente, ninguém é beneficiado ou prejudicado.

Deixemos de lero-lero. Não vai ser nenhuma sequência de jogos em casa ou fora que decidirá o campeonato. Isso é uma rematada bobagem. Ainda mais num torneio excepcional como este, onde não há torcida nos estádios e o fator casa pesa muito menos do que o habitual.

Que São Paulo, Atlético Mineiro, Flamengo, Palmeiras e Grêmio (pra mim os reais candidatos ao título deste ano) tratem de jogar o futebol mais eficiente que puderem e que vença o melhor.

Sem blábláblá!

Chororô de Neymar

Neymar poderia estar entre os três escolhidos para disputar o título de melhor do mundo? Poderia. Mas não ficou e isso não foi também nenhum absurdo porque ele só começou a brilhar de verdade, na fase final da temporada. O ganhador do ano deverá ser mesmo o polonês Lewandowski, artilheiro e campeão da Liga dos Campeões, derrotando o PSG de Neymar, na grande final. E será uma escolha justa. Nosso camisa 10 que trate de fazer uma temporada inteira jogando como neste final de ano, para merecer o título com que tanto sonha.