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Renato Mauricio Prado

Quem você quer pegar no sorteio da Libertadores?

Luiz Adriano comemora gol do Palmeiras contra o Inter; times podem se enfrentar na Libertadores - Mauro Horita/Folhapress
Luiz Adriano comemora gol do Palmeiras contra o Inter; times podem se enfrentar na Libertadores Imagem: Mauro Horita/Folhapress

22/10/2020 08h32

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Com cinco das sete equipes brasileiras já classificadas para a fase de mata-mata da Libertadores (Palmeiras, Santos, Flamengo, Grêmio e Athletico Paranaense), uma bem encaminhada (Internacional) e uma eliminada (São Paulo), as atenções dos torcedores dos clubes envolvidos se voltam agora para o sorteio dos próximos jogos, que será realizado amanhã (23). Quais os adversários mais indesejados? Quais seriam bem-vindos?

Palmeiras, Santos e Flamengo foram os primeiros em suas chaves e enfrentarão, portanto, rivais que acabaram em segundo. Ao menos na teoria, o mais fraco deles é o Delfin, do Equador, a principal zebra da fase de grupos. Mas o Caracas, da Venezuela, e o Libertad, do Paraguai (que disputam na última rodada a segunda vaga do grupo do Boca Juniors) ou o Guarani, também do Paraguai, não parecem assustadores.

Entre os adversários mais difíceis, estão a LDU, do Equador, o Racing, da Argentina, o Independiente Del Valle, do Equador, e naturalmente os brasileiros: o Athletico e, muito provavelmente, o Internacional - esse, confirmando sua classificação, o osso mais duro de roer, sem dúvida. O Colorado ainda pode chegar à primeira posição se ultrapassar o rival Grêmio, já classificado, na última rodada.

Seria ótimo para nós se não houvesse duelos brasileiros nesta próxima fase. E para o Athletico e, provavelmente, o Internacional, quais seriam os melhores adversários? Certamente, o Jorge Wilsterman, da Bolívia, e o Nacional, do Uruguai, pois as outras opções, fora os brasileiros, são nada mais nada menos que o River Plate e o Boca Juniors, sempre os mais temidos dos estrangeiros.

Esse sorteio promete. Quem você gostaria que o seu time pegasse na primeira fase do mata-mata da Libertadores?

Efeito Jesus

A obsessão do Palmeiras em contratar um técnico estrangeiro, após a demissão de Vanderlei Luxemburgo, é apenas mais um efeito causado pelo furacão Jorge Jesus, que evidenciou o atraso tático do nosso futebol e fez o Internacional buscar Eduardo Coudet, o Atlético Mineiro abrir os cofres (vazios) para contratar Jorge Sampaoli e o próprio Flamengo ir atrás de Domènec Torrent, depois que o português decidiu voltar para a Terrinha.

Exceção feita a Rogério Ceni (que dificilmente aceitará outra aventura antes do final da temporada), Cuca (que faz um bom trabalho no Santos) e Renato Gaúcho (que ainda se mantém competitivo, no Grêmio), não há nem sequer um treinador brasileiro fazendo um trabalho que chame a atenção e se possa chamar de moderno ou minimamente antenado com o que há de mais atual no futebol mundial.

Não à toa, os três primeiros colocados no Brasileirão são dirigidos por estrangeiros. Paramos na pré-história em termos táticos. Que venham mais treinadores de fora. Para arejar o nosso futebol. Parado no tempo e espaço naquela velha história de, antes de mais nada, "fechar a casinha" e torcer por uma bola vadia no ataque.

Jogão à vista

Este Internacional x Flamengo, do próximo domingo, promete ser o grande jogo da rodada no Brasileirão. Após a vitória sobre o Junior Barranquilla, com um time reserva, o rubro-negro carioca chegou à impressionante marca de oito vitórias em dez jogos (com dois empates) desde a humilhante goleada sofrida para o Independiente Del Valle, em Quito - partida que se tornou um marco para a virada do campeão brasileiro e da Libertadores, sob o comando do catalão Domènec Torrent.

O trauma da goleada, seguido da assustadora epidemia de Covid-19, acabou por unir o elenco à comissão técnica. O inicialmente tão discutido rodízio implantado pelo treinador revelou inúmeros jovens talentosos e, por isso, mesmo em meio a um calendário insano, o Flamengo desponta como fortíssimo candidato em todas as competições que disputa: o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores.

O Internacional de Coudet, entretanto, mesmo sem um elenco tão forte, também está no páreo, nas mesmas disputas. E, no Beira-Rio, é sempre um adversário dificílimo de ser batido. Não faltam, portanto, ingredientes para que este seja um dos grandes duelos deste campeonato. E o Atlético Mineiro, de Sampaoli, só de camarote, torce por um empate que lhe permita recuperar a liderança. Façam suas apostas.