Topo

Renato Mauricio Prado

Messi, um monstruoso jogador. De clube

Thiago Calil/AGIF
Imagem: Thiago Calil/AGIF

17/06/2019 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Uma vez mais, a imprensa brasileira aproveitou a presença de Lionel Messi no Brasil para fazer comparações dele com Pelé. Quando a bola rolou, tais analogias, novamente, mostraram-se sem sentido. Com a manchete "Más de lo mismo" (Mais do mesmo), o jornal Sport, da Catalunha, resumiu uma verdade, ao menos até agora, indiscutível: o maior jogador do mundo, na atualidade, só merece tal título quando veste a camisa do Barcelona. Com as cores de seu país, no máximo, acumula vice-campeonatos, o que, convenhamos, é pouco para quem almeja ser o maior de todos os tempos.

Messi é um monstruoso jogador, um craque genial, sem dúvida. Mas, com quatro Copas do Mundo disputadas e quatro Copas Américas, não foi capaz de levar sua tradicionalíssima seleção a um título sequer. Tem apenas uma medalha de ouro olímpica, sem ser o protagonista do time, em Pequim-2008. Riquelme era o camisa 10 e o craque daquela equipe.

Na seleção principal, Lionel acumula vices (três no torneio continental e um no mundial) e, importante ressaltar, em nenhuma dessas ocasiões brilhou, como costumam brilhar os fora-de-série, na hora da verdade, ou seja, na grande decisão - basta lembrar sua atuação apagada na derrota para a Alemanha, na finalíssima, no Maracanã, em 2014.

Cristiano Ronaldo, seu maior competidor nos dias de hoje, já foi mais longe com a camiseta de Portugal: ganhou uma Eurocopa e acaba de faturar uma Liga das Nações.

É claro que a Argentina ainda pode se recuperar da derrota para a Colômbia e até ser a campeã da Copa América, com atuações de gala de Messi - como fã de seu futebol, sinceramente, gostaria de vê-lo brilhar. Mas me parece cada vez mais improvável. E, sinceramente, acho injusto e simplista atribuir seu decepcionante desempenho à fraqueza do time argentino ou à incapacidade de seus técnicos na seleção.

O interino Scaloni é o nono a dirigi-lo (os anteriores foram Sampaoli, Bauza, Tata Martino, Sabella, Batista, Maradona, Basile e Pekerman). Nenhum foi capaz de fazê-lo jogar um futebol sequer próximo do que produz no Barcelona. A culpa será mesmo deles?

Nas duas últimas décadas, a seleção argentina já escalou ao lado de Messi vários outros craques consagrados. Na atual, ao menos na teoria, tinha tudo para formar uma linha de frente infernal, com Di Maria e Agüero. E a coisa não anda... Por que? Com menos talento, Edinson Cavani e Luisito Suarez formam há anos uma linha de frente infernal no Uruguai.

La Pulga terá, pelo menos, mais esta Copa América e uma Copa do Mundo (provavelmente, a última) para desmentir o que a cada dia parece mais evidente: a camisa da seleção lhe pesa bem mais do que deveria. Já jogou bem com ela? Sim algumas vezes, mas nunca conseguiu ser sequer sombra do vertiginoso e, principalmente, decisivo craque do Barcelona.

Diante disso, por favor, parem com essa bobagem de compará-lo com Pelé, tricampeão mundial e sempre protagonista quando envergava a "amarelinha". Com a camisa de seu país, na hora da verdade, Lionel Messi, ao menos por enquanto, não passa de um amarelão. Infinitamente inferior, inclusive, a Diego Armando Maradona.