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Renato Mauricio Prado

Pulga na orelha do Fla

Paulo Pelaipe durante apresentação de Lucas Mugni em 2014 - Pedro Martins/AGIF
Paulo Pelaipe durante apresentação de Lucas Mugni em 2014 Imagem: Pedro Martins/AGIF

07/01/2019 14h59

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É muito pouco tempo para fazer qualquer juízo de valor. Ainda assim, uma semana após a posse do novo presidente do Flamengo, que já anda dizendo que o tempo do cheirinho acabou, a maior torcida do país anda com a pulga atrás da orelha. E tem motivos para isso.

Primeiro, logo após a eleição de Rodolfo Landim, surgiu a escalafobética notícia do interesse no controvertido Felipe Melo, elogiado pelo cartola-mor e bem-visto também pelo vice de futebol, Marcos Braz. A gritaria contra tal maluquice foi tão grande que o negócio esfriou.

Logo depois, outra história, essa confirmada, deixou a torcida com os cabelos em pé e o nariz torcido: a volta do executivo de futebol Paulo Pelaipe, ex-dirigente do Grêmio, que se notabilizou em sua primeira passagem pelo rubro-negro por contratações estapafúrdias: do caro e sonolento Carlos Eduardo a "sumidades" como Val, Bruninho, Feijão, Mugni, Márcio Araújo, Wallace, Gabriel, João Paulo, Feijão e Diego Silva.

Seu único acerto foi o empréstimo de Elias, que nem sequer conseguiu renovar após a conquista da Copa do Brasil de 2013, seu único título relevante. Depois de sair do Flamengo, Pelaipe passou, sem sucesso, pelo Coritiba e pelo Vasco. Nada justificaria sua volta, a não ser por um capricho egocêntrico de Valim e Bap, que retornaram com a nova diretoria e foram os responsáveis por sua contratação, na primeira fase da gestão de Eduardo Bandeira de Mello.

Curiosamente, apesar da contratação de Paulo Pelaipe, o antigo ocupante do cargo, Carlos Noval, segue no departamento de futebol profissional. Tal e qual o antigo CEO Bruno Splinder, substituído por Reinaldo Belotti Vargas, mas igualmente mantido no clube. O que farão a partir de agora é uma incógnita.

Mantendo a postura de poucas entrevistas e nenhuma explicação, adotada desde a época de Bandeira, os novos dirigentes também não falam sobre contratações e nomes como os de Rodriguinho, Gabigol, Dedé, Bruno Henrique, Arrascaeta e outros menos votados entram e saem do noticiário, sempre acompanhados por números assustadoramente estratosféricos para o futebol que jogam.

O solitário reforço até o momento, é o correto, mas nada excepcional zagueiro Rodrigo Caio, que veio do São Paulo por R$ 22 milhões! Pouco mais de um quinto do tal investimento de R$ 100 milhões prometidos em contratações no ano. Vale tudo isso? O tempo dirá.

O que, entretanto, vem alimentando a minha pulga atrás da orelha, nem é o desfile dessas cifras colossais, mas o incrível pouco empenho em buscar reforços importantes nas posições que considero mais carentes no elenco rubro-negro: as laterais.

De que adiantará colocar Arrascaeta no meio (cá entre nós, outro que considero exageradamente valorizado) e Gabigol no comando do ataque se os cruzamentos continuarem a ser feitos por Pará, Rodinei e Renê?

Em tempo: oferecer R$ 40 milhões por Dedé, um zagueiro tecnicamente indiscutível, mas que tem a carreira marcada por contusões seríssimas nos joelhos - obrigando-o a várias cirurgias e a longos períodos de inatividade? Ainda bem que o Cruzeiro não quis nem conversa...

A primeira semana da administração Landim foi preocupante. A conferir o que vem pela frente.