Rafael Reis

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Reportagem

Beckham na praia e polêmica eterna: como foi o 1º Mundial de Clubes da Fifa

Um autêntico Mundial, com a presença de potências do porte de Real Madrid e Manchester United e alguns dos maiores jogadores do planeta na época, ou um mero torneio de verão, com estrelas como David Beckham, Clarence Seedorf e Raúl mais interessadas em se divertir no calor brasileiro do que em jogar bola?

Faz 25 anos que a Fifa promoveu pela primeira vez um Mundial de Clubes. E faz 25 anos que a relevância dessa competição é motivo de polêmica e divide torcedores no Brasil, país que recebeu o torneio.

Os corintianos juram de pé juntos que merecem ser chamados de campeões mundiais de 2000. Mais que isso: exigem ser lembrados como o primeiro time que realmente conquistou o planeta -no milênio passado, só existia a Copa Intercontinental, que confrontava os campeões da Europa e da América do Sul, primeiro em confronto mata-mata e depois em jogo único, no Japão.

Já o restante do Brasil (especialmente quem é louco por algum dos maiores rivais do Corinthians) minimiza o feito dos paulistas e faz questão de lembrar que não foram poucos os relatos de jogadores do United brincando na piscina do Copacabana Palace e na praia enquanto a competição rolava.

Como foi o primeiro Mundial?

O primeiro Mundial organizado pela Fifa foi jogado entre os dias 5 e 14 de janeiro de 2000, em São Paulo e no Rio.

Oito clubes participaram da competição: Manchester United, Real Madrid, Raja Casablanca, Al-Nassr, Necaxa e South Melbourne, além dos brasileiros Vasco (campeão da Libertadores-1998) e Corinthians (representante do país-sede por ter sido campeão nacional).

Esses times foram divididos em dois grupos e se enfrentaram em turno único dentro deles. O primeiro colocado de cada chave (Corinthians e Vasco) se classificaram diretamente para a decisão.

A final foi jogada no Maracanã e não teve gols nem no tempo normal nem na prorrogação. Nos pênaltis, Marcelinho Carioca (Corinthians), Gilberto e Edmundo (Vasco) desperdiçaram suas cobranças. Com isso, o título ficou com os paulistas, que venceram por 4 a 3.

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Por que não pegou?

Além das polêmicas ligadas aos critérios de escolha dos times participantes (o Palmeiras, que era o então campeão da Libertadores, não foi convidado), o Mundial não vingou principalmente por conta de questões econômicas.

Uma segunda edição do torneio chegou a ser anunciada para acontecer na Espanha em 2001 (e aí, teria participação palmeirense), mas não saiu do papel devido ao pedido de falência da ISL, a agência de marketing ligada à Fifa, que era quem injetava dinheiro na competição.

Foi só em 2005 que a Fifa retomou a organização de Mundiais, reunindo campeões continentais e sendo disputado anualmente. O formato continua existindo, mas ficou em segundo plano desde o anúncio da criação de um Super Mundial para este ano.

O novo Mundial

A primeira edição da versão turbinada do Mundial de Clubes começa amanhã, com o confronto entre Inter Miami e Al-Ahly, e vai até o dia 15 de julho. Todos os jogos serão disputados nos EUA, país que também receberá a Copa do Mundo-2026, mas aí com a companhia de Canadá e México na organização.

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Dos 32 times participantes, todos campeões continentais ou com campanhas de destaque ao longo do ciclo entre 2021 e 2024, quatro são brasileiros: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, justamente os últimos vencedores da Copa Libertadores da América.

Palmeiras e Botafogo serão os primeiros a estrear, neste domingo. Enquanto os paulistas encaram o Porto, os cariocas jogam contra o Seattle Sounders. Na segunda, o Flamengo mede forças com o Espérance. E o Fluminense completa a participação verde e amarela na primeira rodada frente o Borussia Dortmund, na terça.

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