Rafael Reis

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Reportagem

Quem foi Filpo Núñez, último técnico gringo da seleção antes de Ancelotti?

Italiano de Reggiolo, uma cidadezinha com menos de 10 mil habitantes localizada na região de Bolonha e Parma, Carlo Ancelotti será o primeiro treinador estrangeiro a dirigir a seleção mais vitoriosa do planeta em 60 anos.

E o último gringo que passou pelo banco de reservas do Brasil foi parar lá por uma questão muito particular, que o deixou no cargo por somente uma única partida.

O argentino Nelson Ernesto Filpo Núñez comandou a seleção na vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai, em setembro de 1965, porque quem estava em campo usando a tradicional camisa canarinho era na verdade o Palmeiras, seu time na época.

Na época, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), antecessora da atual CBF, resolveu solicitar que o elenco da "Primeira Academia" palmeirense representasse o país no amistoso de inauguração do Mineirão.

Como Filpo Núñez era o comandante de Ademir da Guia, Julinho Botelho, Dudu, Djalma Santos e cia., o convite se estendeu também para ele.

Quem foi Filpo Núñez?

Apesar de ter nascido na Argentina, o treinador passou a maior parte da carreira atuando no futebol brasileiro.

Filpo Núñez chegou ao país em 1955 para dirigir o São Bento, de São Caetano do Sul. E, ao longo dos 40 anos seguintes, treinou quase 40 times diferentes só por aqui -ainda trabalhou, por períodos mais curtos, em Portugal, Espanha, México e na sua Argentina.

Ainda que tenha entrado para a história com um Palmeiras que conseguia até bater de frente com o Santos de Pelé, o argentino também treinou o Corinthians e a Portuguesa, que na época conseguia rivalizar com os grandes paulistas.

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Curiosamente, apesar de ser um nome importante do futebol nacional, Filpo Núñez não ganhou tantos títulos assim. Seu troféu mais relevante no Brasil foi Rio-São Paulo de 1965 vencido pelo Palmeiras.

O último técnico estrangeiro da seleção antes de Ancelotti em 1999, aos 78 anos, em São Paulo. O argentino Eduardo Coudet, que treinou o Internacional e atualmente está no espanhol Alavés, é seu sobrinho.

Outros estrangeiros

Antes de Filpo Núñez, somente outros dois treinadores estrangeiros chegaram a dirigir a seleção brasileira.

O primeiro deles foi Ramón Platero. Apesar de o treinador oficial do Brasil no Sul-Americano de 1925 ser um local (Joaquim Guimarães), coube ao uruguaio a missão de ficar à beira do gramado e dirigir a equipe nas quatro partidas da competição (duas vitórias, um empate e uma derrota), já que o dono do cargo preferiu ficar no papel de diretor técnico.

Já Jorge Gomes de Lima, um português que chegou ao Brasil ainda na adolescência e ficou conhecido como Joreca, foi convidado em 1944 para fazer dupla com Flávio Costa no comando da seleção em duas partidas contra o Uruguai.

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Apesar das duas vitórias conquistadas, a experiência não vingou: Joreca voltou a ser exclusivo do São Paulo, clube pelo qual ganhou três títulos paulistas, e o brasileiro Flávio Costa (que também tinha um segundo emprego, no Flamengo) permaneceu sozinho na equipe nacional até o vice-campeonato na Copa-1950.

Vaga na Copa já é em junho

Ancelotti pode chegar à seleção já cumprindo o primeiro objetivo para o qual foi contratado: manter o Brasil como o único país participante de todas as edições de Copa do Mundo já realizadas.

Quarto colocado das eliminatórias da Conmebol, o time canarinho pode sair da próxima Data Fifa com vaga selada para o Mundial que será organizado em parceria por Canadá, Estados Unidos e México.

Só que para a conquista da classificação antecipada, não basta ao Brasil vencer Equador (5 de junho, em Guaiaquil) e Paraguai (10 de junho, na Neo Química Arena, casa do Corinthians). Será preciso também contar com resultados que lhe sejam favoráveis em jogos de outras seleções.

Por enquanto, a única seleção sul-americana já confirmada na Copa é a Argentina, atual campeã mundial e líder das eliminatórias. Irã, Japão, Nova Zelândia e os três países-sedes também estão classificados.

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