Europeu não tem preconceito com quem joga na Arábia, diz goleiro da seleção
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Titular da meta da seleção na derrota por 4 a 1 para a Argentina que custou o emprego de Dorival Júnior, Bento acompanha com otimismo o processo de escolha do próximo técnico do Brasil.
O goleiro do Al-Nassr acredita que, caso um treinador europeu realmente seja contratado pela CBF para dirigir a equipe no restante do ciclo da Copa do Mundo-2026, o fato de ele atuar na Arábia Saudita não será um problema para que ele continue sendo convocado.
"Esse preconceito com o futebol da Arábia é mais coisa de brasileiro. Lá na Europa, isso não acontece", afirmou o companheiro de time de Cristiano Ronaldo, em entrevista ao "Blog do Rafael Reis".
Os dois nomes mais comentados para dirigir a seleção são da Europa. O italiano Carlo Ancelotti era o favorito do presidente Ednaldo Rodrigues, mas continua contratado do Real Madrid, clube pelo qual ganhou a última Liga dos Campeões, e não deve ser liberado antes do fim da temporada.
Com o impasse nas negociações com Ancelotti, o português Jorge Jesus voltou a despontar como favorito para assumir o Brasil já nas próximas semanas. O ex-comandante do Flamengo está atualmente à frente do Al-Hilal, o mais tradicional rival do time de Bento no futebol saudita.
"Claro que o Jesus já me conhece melhor por estar trabalhando aqui na Arábia. Por isso, facilitaria um pouco mais para mim. Mas, como eu disse, acredito que, se o escolhido for um técnico estrangeiro, ele não terá preconceito com quem joga por aqui."
A confiança de Bento de que atuar na Arábia não será um problema para seu futuro na seleção vem da observação dos seus próprios companheiros de time, que não deixaram de ser convocados mesmo depois de deixarem a Europa.
"O Cristiano não conta, já que não dá para imaginar Portugal deixando ele de fora. Mas os caras da minha equipe que jogam por seleções europeias continuam sendo convocados: o Laporte pela Espanha, o Otávio por Portugal. O Brozovic só parou de ser chamado pela Croácia porque decidiu se aposentar da seleção."
Bento já temeu 'sumir' na Arábia
A confiança de que continuará sendo convocado pelo próximo técnico do Brasil é uma novidade para Bento. Quando estava para deixar o Athletico-PR, no meio do ano passado, o goleiro precisou ser convencido de que ir para a Arábia era uma boa. Seu medo era justamente ser esquecido pela seleção.
"Como eu já tinha conversado com a Inter de Milão há um ano, meu desejo era jogar na Europa. Depois da Copa América do ano passado, os árabes vieram falar comigo. Fiquei meio assim. Então, fui conversar com o pessoal da seleção e expliquei que estava preocupado se continuaria no radar caso aceitasse a proposta. Eles prometeram que sim, e hoje acho que fiz uma excelente escolha."
De fato, desde que assinou com o Al-Nassr, Bento sempre foi convocado. Ele ficou no banco nas três rodadas duplas das eliminatórias da Copa-2026 disputadas no segundo semestre do ano passado, e participou dos jogos contra Colômbia (entrou no fim, após lesão de Alisson) e Argentina, em março.
Decisão na Ásia
Enquanto a seleção não anuncia seu novo treinador, Bento concentra suas atenções no momento mais decisivo desde que desembarcou na Arábia, a reta final da Liga dos Campeões da Ásia.
O Al-Nassr passou no último sábado pelo Yokohama Marinos (4 a 1), nas quartas de final, e hoje encara mais um time japonês, o Kawasaki Frontale, para decidir a segunda vaga na decisão do torneio continental.
O finalista já definido é o Al-Ahli, que obteve ontem a classificação com uma vitória por 3 a 1 sobre o também saudita Al-Hilal, de Jorge Jesus, e agora aguarda seu adversário para o confronto deste sábado.
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