Vaticano tem futebol, e sua seleção já teve até técnico de Copa do Mundo
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Desde a última segunda-feira, as atenções do Vaticano estão concentradas exclusivamente em dois assuntos: a despedida do papa Francisco e o conclave que escolherá o próximo líder da Igreja Católica.
Mas, assim que a vida voltar ao normal nos arredores da Basílica de São Pedro, vai ter gente no microestado pensando em futebol.
Sim, o esporte mais popular do planeta é jogado até dentro do microestado religioso. E engana-se quem pensa que é disputado apenas como um mero passatempo para dias de folga: existem pelo menos quatro competições oficiais realizadas anualmente por lá (um campeonato, uma copa, uma supercopa e um torneio exclusivo para seminaristas e clérigos).
Embora nem tente participar da Eurocopa e da Copa do Mundo, o Vaticano tem até uma seleção, que, inclusive, já foi comandada por um técnico que dirigiu a Itália nessas duas competições.
A seleção do Vaticano
Ainda que o campeonato do Vaticano seja disputado desde o começo da década de 1970, a seleção só se reuniu pela primeira vez em 1985, já no pontificado de João Paulo 2º, para enfrentar um combinado de jornalistas austríacos.
Desde então, o time nacional disputou 31 amistosos, com oito vitórias, dez empates e 13 derrotas.
Na maioria das vezes, os adversários do Vaticano foram clubes europeus ou times ligados a entidades filantrópicas. No entanto, já houve confrontos contra outras seleções nacionais ou regionais, como a Palestina, que ganhou de 9 a 1 dos católicos em 2008.
Dois anos depois, a seleção abrigou sua maior estrela esportiva. Quem dirigiu a equipe no amistoso contra a polícia financeira da Itália foi Giovanni Trapattoni, histórico treinador heptacampeão italiano, vencedor de um título europeu com a Juventus (1984/85) e participante da Copa-2002 e da Euro-2004 à frente da Azzurra.
Como conta com menos de mil habitantes, quase todos dedicados à vida religiosa, o Vaticano tem uma seleção diferente das outras, formada basicamente por cidadãos estrangeiros. Seus jogadores são pessoas dos outros países que trabalham no microestado, como guardas, funcionários administrativos da Santa Sé e integrantes do serviço de limpeza.
A Uefa já admitiu publicamente que as portas da entidade estão abertas para receber a nação católica como seu novo membro, o que permitiria aos vaticanos disputar a Euro e também a Liga dos Campeões da Europa.
No entanto, em diferentes momentos, funcionários de alto escalão da Igreja já descartaram a possibilidade por considerarem que o futebol no Vaticano não deve se transformar em um negócio e precisa continuar sendo uma plataforma para compartilhar apenas boas mensagens, como amizade e fraternidade.
Papas boleiros
Os três últimos papas tinham uma relação bem próxima com o futebol e ajudaram o Vaticano a se aproximar da modalidade.
João Paulo 2º, que comandou a igreja entre 1978 e 2005, era goleiro durante a juventude e chegou a jogar por times de Wadowice e Cracóvia, as duas primeiras cidades onde morou na Polônia.
Seu sucessor, Bento 16, chegou a escrever um artigo sobre futebol na década de 1980 e sempre disse que aprendeu demais com as "peladas" que jogou com os amigos quando era jovem. O papa era apontado como torcedor do Bayern de Munique, embora essa informação jamais tenha sido confirmada.
Se Bento 16 nunca falou abertamente sobre seu time de coração, Francisco fazia questão que todos soubessem da sua paixão pelo San Lorenzo. O argentino era até sócio de carteirinha do clube de Buenos Aires, que conquistou seu único título de Libertadores no início de seu papado (2014).
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