Rafael Reis

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Opinião

5 pontos que explicam por que o 'Dream Team' do Real Madrid não emplacou

Muita gente imaginou que o Real Madrid se transformaria em um time quase imbatível depois que Kylian Mbappé se juntou a um elenco que já tinha o melhor jogador do mundo (Vinícius Jr.) e que havia acabado de vencer a Liga dos Campeões da Europa.

Só que, definitivamente, não é isso que está acontecendo. O gigante acabou de ser eliminado da Champions com duas derrotas para o Arsenal e já está quatro pontos atrás do arquirrival Barcelona na corrida pelo título espanhol.

O "Blog do Rafael Reis" elenca abaixo cinco motivos que fizeram o Real não vingar nesta temporada. São erros que podem ser corrigidos nas próximas semanas ou meses. Mas que, pelo menos por enquanto, impediram o tão badalado "Dream Team" merengue se transformar em realidade.

DUPLA QUE NÃO DEU LIGA

Mbappé e Vini Jr. tinham tudo para formar a melhor dupla de ataque do mundo. Mas o encaixe do francês com o brasileiro ficou só na teoria. Na prática, o Real de 2023/24 funcionou melhor com Mbappé sozinho do que na companhia do vencedor do último The Best. O aproveitamento merengue nos jogos em que escalou desde início seus dois jogadores mais midiáticos não chega nem a 60%, uma marca horrível para um time do porte do atual campeão europeu. Já nas partidas em que teve o francês sem Vini ao seu lado, o Real ganhou mais de 80% dos pontos disputados.

QUADRADO (NADA) MÁGICO

Ao longo da temporada, Carlo Ancelotti tentou vários encaixes diferentes para o quarteto formado por Vini Jr., Mbappé, Rodrygo e Jude Bellingham: 4-2-3-1, com o francês fazendo o papel de centroavante, 4-4-2 em linhas, com Rodrygo e Bellingham compondo o meio-campo pelos lados do campo, e 4-3-3, com o inglês mais recuado, completando o trio de armação. Só que o resultado sempre foi o mesmo: o time ficou desequilibrado e bastante vulnerável aos ataques dos adversários. A impressão que fica é que, com a "obrigação moral" de escalar seus quatro jogadores especiais, sempre faltava gente no Real para marcar.

FALTA DE OPÇÕES NA DEFESA

Entre zagueiros e laterais, o Real iniciou a temporada com apenas oito defensores no elenco (e um deles se recuperava de uma cirurgia de ligamento cruzado). Aí, vieram as lesões de Dani Carvajal, Lucas Vázquez e Éder Militão, e os merengues tiveram de apelar para uma série de improvisações para conseguir completar sua linha de marcadores (Federico Valverde passou a jogar de lateral direito, Aurélien Tchouaméni virou zagueiro e por aí vai). Nem mesmo a "descoberta" de Raul Asencio, promovido às pressas do time B, conseguiu resolver esse problema.

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APOSENTADORIA DE KROOS

O Real passou a temporada inteira fazendo testes para descobrir a melhor opção para substituir a ausência de Toni Kroos, que decidiu se aposentar depois da última Eurocopa. E, depois de 54 partidas oficiais, a resposta continua sendo um grande "ninguém sabe". Nenhum jogador do elenco merengue conseguiu provar ser capaz de aliar os mesmos poder de marcação, capacidade de fazer a bola girar e inteligência para fazer lançamentos longos que o alemão tinha. Resta agora aos espanhóis buscarem um novo atleta com essas características na próxima janela de transferências ou aprenderem a jogar de uma nova forma, que não precise tanto de um Kroos.

PROBLEMA EM JOGOS GRANDES

O time meregue deixou a desejar em alguns jogos em que era favorito claro nesta temporada. Mas, seu verdadeiro calcanhar de Aquiles em 2024/25 foram os confrontos contra outros poderosos do futebol europeu. O Real levou duas goleadas do Barcelona (4 a 0, em pleno Santiago Bernabéu, e 5 a 2), perdeu do Liverpool e do Milan, precisou dos pênaltis para passar pelo mata-mata pelo Atlético de Madri e foi eliminado da Champions pelas mãos do Arsenal. O único peso pesado de verdade que conseguiu desbancar foi o Manchester City, de temporada mais trágica até que a do Real.

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