Rafael Reis

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Reportagem

Al-Hilal mostra que seleção pode continuar com 4 atacantes sob Jorge Jesus

O esquema com quatro atacantes, tão criticado durante e após a goleada por 4 a 1 aplicada pela Argentina, na semana passada, pode ter uma sobrevida na seleção mesmo depois da demissão de Dorival Júnior.

Afinal, o português Jorge Jesus, um dos nomes mais cotados para ser o próximo treinador do Brasil, tem armado o Al-Hilal exatamente da mesma forma.

O ex-comandante do Flamengo escalou quatro homens de frente desde o início em 37 das 40 partidas já disputadas pela equipe saudita na temporada.

Ainda que a maioria desses jogos tenha sido contra adversários mais fracos, que pouco ficam com a bola e têm baixa exigência sobre o seu sistema defensivo, o treinador tem optado por manter a ousada formação padrão mesmo quando se depara com rivais de nível técnico semelhante ao seu, como Al-Nassr, Al-Ittihad e Al-Ahli.

Como joga o Al-Hilal

O esquema predominante do Al-Hilal em 2024/25 é o 4-2-3-1. No entanto, quem costuma fazer o papel de camisa 10, aquele jogador posicionado logo atrás do centroavante e que tem como principal dever municiá-lo, é mais um atacante, e não um meio-campista, como acontece em várias outras equipes mundo à fora.

Em várias partidas, Jesus chegou até mesmo a colocar um outro homem de área para executar essa função. O brasileiro Marcos Leonardo passou a primeira metade da temporada jogando assim.

Já nos compromissos mais recentes, essa vaga tem sido preenchida por outro representante do futebol pentacampeão mundial, o ex-corintiano Malcom, que é um ponta de origem.

Assim, Marcos Leonardo foi devolvido à sua posição original, de principal referência ofensiva. Kaio César (direita) e o capitão Salem Al-Dawsari (esquerda) são os homens responsáveis pelos lados do campo e completam um quarteto ofensivo similar ao utilizado por Dorival na seleção.

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Os dois pontas são também os atacantes que mais ajudam na recomposição quando o Al-Hilal é atacado. Nesse momento defensivo, eles se aproximam dos volantes (Rúben Neves e Sergej Milinkovic-Savic) para montar uma primeira linha de marcação mais agressiva, o que na prática deixa o time armado momentaneamente quase que em um 4-4-2.

Como jogava a seleção de Dorival

Também adepto do 4-2-3-1, o agora demitido técnico da seleção até começou seu ciclo utilizando meias como camisa 10 (Andreas Pereira e, especialmente, Lucas Paquetá). Mas, nos últimos meses, mudou de opinião e passou a escalar um quarto atacante na função.

Na goleada sofrida ante a Argentina, o técnico do Brasil armou uma linha de frente com Raphinha, Matheus Cunha, Vinícius Jr. e Rodrygo. Seus únicos meias eram o volante André e Joelinton.

A decisão de colocar tantos homens de frente juntos e enfraquecer o poder de marcação e controle de bola do seu meio-campo contra uma seleção de alto nível (atual campeã mundial) e que atuava em casa foi duramente criticada e tratada como uma das principais explicações para o placar elástico.

Caso Jesus seja o escolhido para comandar a seleção e replique o sistema de jogo utilizado no Al-Hilal, ele terá necessariamente de aumentar o trabalho defensivo de nomes como Vinícius Jr., Rodrygo e Raphinha para conseguir viabilizar a formação.

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Jesus na seleção

Um dos nomes mais comentados como candidato a substituir Dorival na seleção, Jesus tem mais três meses de contrato com o Al-Hilal e, em tese, só estaria liberado da equipe saudita depois do Super Mundial de Clubes da Fifa, entre junho e julho.

No entanto, de acordo com Bruno Andrade, colunista do UOL, o português está tão a fim de dirigir o Brasil no restante do ciclo da Copa-2026 que até aceita abrir mão de participar do novo torneio da Fifa para poder assumir o novo cargo mais cedo.

A CBF pretende que a seleção já tenha um novo comandante antes da próxima rodada dupla das eliminatórias sul-americanas. Em junho, o Brasil enfrenta Equador e Paraguai. E, dependendo dos resultados que obtiver, pode até já assegurar presença antecipadamente na Copa-2026.

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