Dia da Mentira: 7 lendas urbanas famosas no futebol mundial
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1º de abril é consagrado no Brasil como o "Dia da Mentira". E o futebol, assim como outros segmentos que despertam paixão na sociedade, é um terreno fértil para a propagação de histórias que não são tão verdadeiras assim.
Alguns desses causos que vira e mexe aparecem nas conversas entre torcedores são tão absurdos que quase ninguém acredita, como, por exemplo, a ideia de que o filho mais velho de Cristiano Ronaldo é um clone do astro português.
Mas outras histórias são um pouco mais elaboradas e ganham status de "lendas urbanas". Elas se espalham pelas redes sociais como se fossem reais e têm inúmeros de defensores, que juram de pé juntos que elas são 100% verdadeiras.
O "Blog do Rafael Reis" lista abaixo outras grandes mentiras do futebol mundial que fazem parte desse segundo grupo. Elas repercutiram (e ainda repercutem) bastante entre torcedores e fãs da modalidade, não só aqui no Brasil, como também no exterior.
MESSI FOI DIAGNOSTICADO COM AUTISMO
A lenda urbana de que o craque da Argentina na conquista da Copa-2022 está dentro do espectro autista nasceu aqui no Brasil. Em 2013, o escritor e jornalista Roberto Amado, sobrinho de Jorge Amado, publicou em seu site "Poucas Palavras" que o então melhor jogador do planeta havia sido diagnosticado com Asperger (denominação em desuso para uma forma mais branda de autismo) quando tinha oito anos. Só que essa história nunca apareceu em nenhuma das inúmeras biografias respeitadas já lançadas sobre o astro e sempre foi desmentida por sua família. Em entrevista ao UOL, concedida dias depois de o caso ganhar repercussão mundial, o médico Diego Schwarzstein, que tratou da conhecida deficiência hormonal que atrapalhou o crescimento do craque durante a infância, classificou o assunto como "bobagem".
ROMÁRIO COMPROU FOLGA DE CARNAVAL COM GOLS

Todo Carnaval é a mesma história. Assim que começa o reinado do Momo, alguém logo aparece dizendo que, nos tempos de Barcelona, Romário ganhou uma folga para curtir os festejos no Brasil porque ganhou uma aposta com o técnico Johan Cruyff de que faria dois gols na partida pré-Carnaval. Curiosamente, foi o próprio holandês quem tornou público esse causo, em uma entrevista concedida ao jornal francês "L'Équipe", em 2012. Só que, em 1994, o único Carnaval de Romário como jogador do Barcelona, ele não foi à Marquês de Sapucaí. Pelo contrário, ficou o período de folia inteiro na Espanha. E, no domingo de Carnaval, até disputou uma partida: na goleada por 6 a 3 contra o Zaragoza, marcou duas vezes... única parte verdadeira da história contada por Cruyff.
FRIEDENREICH É O MAIOR ARTILHEIRO DA HISTÓRIA

Todos os jogadores que chegaram a 1.000 gols na carreira, até mesmo Pelé, aproveitaram-se de contas meio marotas para alcançar a marca. Mas a grande lenda que virou "verdade" a respeito desse tema é a que envolve Arthur Friedenreich, o primeiro craque do futebol brasileiro. Durante muito tempo acreditou-se que "El Tigre" havia balançado as redes 1.329 vezes. No entanto, o livro "Friedenreich - A saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro", lançado em 2013 pelo jornalista Luiz Carlos Duarte, derruba essa tese e diz que o atacante fez "apenas" 595 gols, menos do que Cristiano Ronaldo e Messi, por exemplo.
ROMÁRIO E RONALDO NUNCA PERDERAM JOGANDO JUNTOS

Pelé e Garrincha realmente nunca perderam uma partida em que estiveram juntos em campo pela seleção brasileira. Mas o mesmo não vale para Romário e Ronaldo. A dupla Ro-Ro, como ficou conhecida em meados da década de 1990, fez muito sucesso e venceu 14 dos 19 jogos que disputou. No entanto, foi derrotada em dois amistosos: 4 a 2 contra a Noruega, em 1997, e 1 a 0 ante a Argentina, no ano seguinte. Ou seja, mesmo que Romário não tivesse sido cortado da Copa-1998, o penta não era uma certeza.
ESTÁDIO DE MILÃO MUDA DE NOME DEPENDENDO DO TIME

San Siro quando o Milan joga em casa, Giuseppe Meazza se o mandante é a Inter. O estádio dividido pelos arquirrivais de Milão tem dois nomes, que são usados dependendo de quem é o "dono" da partida que ele sedia. Essa pode até ser uma mentira inofensiva, mas continua sendo uma mentira. O nome oficial do estádio é Giuseppe Meazza e ele fica no bairro de San Siro. Na verdade, quase todo mundo (Uefa, organização do futebol italiano, imprensa global) costuma chamar a arena de San Siro, sua nomenclatura considerada "milanista". Somente alas mais radicais (e menores) da torcida da Inter insistem em tratá-la como Giuseppe Meazza, nome de um ex-atacante das décadas de 1920, 1930 e 1940 que é o maior artilheiro da história do time nerazurri (272 gols).
DITADURA IMPEDIU CONVOCAÇÃO DE MARADONA PARA COPA

Uma lenda bastante difundida a respeito da Copa de 1978 é que a ditadura da Argentina, país-sede do torneio, teria proibido a convocação de Diego Maradona, então um garoto abusado de 17 anos que fazia sucesso no Argentinos Juniors e já era tratado como candidato a futuro herói nacional. No entanto, o técnico César Luis Menotti sempre negou essa história e assumiu para si a responsabilidade de ter deixado "El Pibe" fora do Mundial. De acordo com o treinador, Maradona não foi chamado porque tinha pouca experiência.
FALTA COBRADA POR LATERAL DO TETRA CEGOU FOTÓGRAFO

O folclore da conquista do tetracampeonato mundial pela seleção brasileira tem uma história trágica. No último amistoso do Brasil antes da Copa-1994, contra El Salvador, o lateral esquerdo Branco disparou uma das suas famosas pancadas que atingiu em cheio a câmera e os olhos do fotógrafo Luciano Sitolini. Mas, ao contrário do que diz a lenda urbana sobre o caso, o profissional não ficou cego por conta da bolada. Sitolini precisou passar por uma cirurgia, levou nove pontos na parte interna do olho e perdeu dois dentes, mas não perdeu a visão. Dias depois do acidente, o fotógrafo até visitou a concentração da seleção e foi presenteado com uma camisa e uma bola por seu involuntário agressor.
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