Rafael Reis

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Opinião

Nem a Argentina é tão favorita assim à Copa-2026; posto ainda está aberto

A goleada por 4 a 1 sobre o Brasil e a classificação com quatro rodadas de antecipação nas eliminatórias sul-americanas passam a impressão de que a Argentina é a grande favorita para a conquista da próxima Copa do Mundo.

Mas, apesar de terem sobrado no confronto direto de ontem contra seus mais tradicionais rivais, os campeões do Qatar-2022 não estão em um patamar tão diferente assim das outras seleções do primeiro escalão global.

O ciclo de três anos e meio entre a última Copa e o Mundial da América do Norte-2026 já está entrando na reta final. E, mesmo assim, ainda não há ninguém que pareça digno do posto de "time a ser batido".

Favoritos mais fracos

Nem mesmo a atual campeã mundial é tão confiável assim. A Argentina quase não tem tropeçado, deu uma bela humilhada no Brasil e tem navegado tranquilamente dentro do seu continente (ganhou a Copa América e lidera com folga as eliminatórias da Conmebol).

Só que o elenco comandado por Lionel Scaloni parece mais fraco do que aquele que triunfou no Qatar em virtude do envelhecimento de Lionel Messi (fará aniversário de 39 anos durante o Mundial), da aposentadoria de Ángel di María e da escassez de candidatos a assumir o protagonismo.

Além disso, os argentinos ainda não enfrentaram nenhuma seleção europeia desde a conquista de 2022. Por isso, é difícil medir o nível em que estão na comparação com a maior parte dos seus principais adversários.

Derrotada por Messi e cia nos pênaltis da decisão do Qatar, a França também dá pinta de ter se enfraquecido nesse ciclo. Kylian Mbappé continua jogando demais, mas a quantidade de boas opções para lhe fazer companhia caiu consideravelmente sem Antoine Griezmann, N'Golo Kanté e Olivier Giroud. O sufoco para sobreviver à Croácia nas quartas de final da Liga das Nações deixou bem clara essa limitação.

Já a Inglaterra, que parecia ser a bola da vez para 2026 por conta de uma geração de talento trasbordante, também tem sido colocada em xeque devido à violenta queda de rendimento experimentada por alguns dos seus jovens mais promissores (Phil Foden, Kobbie Mainoo e Cole Palmer).

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Hoje, os vice-campeões das duas últimas Euros parecem mais ser "apenas" o time de Harry Kane e Jude Bellingham do que uma safra realmente fora de série.

Herdeira do favoritismo?

Quem parece estar herdando o lugar dos inventores do futebol no posto de "seleção da moda" é a Espanha, atual campeã europeia e algoz da Inglaterra na final disputada no ano passado.

A seleção comandada por Luis de la Fuente pratica um futebol coletivo digno de um clube de primeiro escalão e conta com uma pedra preciosa capaz de destruir defesas adversárias e resolver os jogos mais difíceis.

Só que Lamine Yamal, por melhor que seja, é um garoto de 17 anos, sujeito às oscilações normais da idade. E a Espanha não tem tantas opções assim, sobretudo no ataque, para quando o jovem astro do Barcelona estiver deixando a desejar.

A coluna, por ser especializada na cobertura de futebol internacional, vai se abster de falar do Brasil. Mas, definitivamente, não dá para pensar que alguém considere que a seleção canarinho seja favorita para ser a vencedora da próxima Copa.

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