Melhor zagueiro do Francês relembra erro: 'Não deveria ter saído do Santos'

"Tinha mais dois anos de contrato, mas preferi ir para um time de pouca ambição em Portugal. Foi ruim para mim. Você acaba se acomodando de uma forma não muito positiva com essa situação. Mas passou. Foi uma escolha errada."

O erro

Campeão da Copa São Paulo de juniores com o Santos em 2013, Jubal passou dois anos e meio sendo utilizado apenas eventualmente na equipe principal. No começo de 2016, após um empréstimo de seis meses ao Avaí, forçou a barra para ser liberado para jogar no Arouca, de Portugal.

A ideia parecia promissora, já que o time estava brigando na parte de cima da tabela e terminaria aquela temporada no quinto lugar, com direito a vaga para a Liga Europa.

Só que aquele foi um resultado ilusório. No ano seguinte, o Arouca já foi rebaixado para a segunda divisão, e Jubal iniciou sua peregrinação por outras equipes portuguesa, com empréstimos de seis meses ou, no máximo, uma temporada -defendeu Vitória de Guimarães, Portimonense, Boavista e Vitória de Setúbal.

"Esse momento em Portugal não me ajudou muito. A melhor coisa que fiz foi ir para a França. Essa mudança ajudou no meu crescimento", refletiu.

O acerto

A mudança a qual Jubal se refere foi um movimento ousado. Em 2020, ele aceitou deixar o futebol português que já conhecida tão bem para se aventurar no Auxerre, que na época disputava a segundona da França.

Ao longo dos últimos cinco anos, o zagueiro dois acessos para a Ligue 1 e também um rebaixamento. Agora, as coisas parecem estar mais estáveis, e a equipe ocupa uma razoavelmente confortável 11ª colocação no Francês.

E boa parte da culpa por essa estabilidade é do brasileiro. Apesar de ter como missão principal evitar gols, Jubal é o terceiro principal artilheiro do Auxerre na temporada (marcou cinco vezes).

Além disso, tanto o "Sofascore" quanto o "WhoScored?, plataformas que transformam estatísticas em notas que medem o desempenho dos jogadores, consideram o ex-Santos como o melhor zagueiro da Ligue 1 em 2024/25 -à frente até mesmo de Marquinhos, capitão do Paris Saint-Germain e titular da seleção.

"Esse é meu melhor momento. Posso dizer que cheguei ao melhor momento da minha carreira depois dos 30 anos", cravou.

O futuro

"A partir do momento que você faz uma temporada assim, acaba almejando coisas grandes. Sou um cara muito ambicioso e ainda tenho muitos sonhos para realizar. Vamos ver o que vai acontecer."

Jubal ainda não fala explicitamente, mas sabe que dificilmente continuará no Auxerre no segundo semestre. O brasileiro está valorizado no Mercado da Bola e ficará sem contrato em junho. Ou seja, pode negociar diretamente com o time que quiser.

Uma possibilidade é subir alguns degraus dentro da própria Europa e, quem sabe, migrar para um time que até dispute a Liga dos Campeões. Outra é retornar para o Brasil, mas agora com status de grande reforço -nas últimas semanas, seu nome foi apontado como candidato a jogar no Internacional e no Corinthians.

"A gente acaba vendo essas especulações, mas é difícil dizer o que vai acontecer. O futebol é uma caixinha de surpresas."