Korbin Albert: quem é a jogadora dos EUA criticada por pregação homofóbica?
Não se assuste se você ouvir vaias vindas da própria torcida norte-americana quando a meio-campista Korbin Albert tocar na bola durante a decisão do futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, contra o Brasil, a partir das 12h (de Brasília).
A jogadora do Paris Saint-Germain tem sido alvo de críticas e manifestações de descontentamento desde que publicou conteúdo considerado homofóbico e transfóbico em suas redes sociais.
Em março, Albert compartilhou em seu perfil no TikTok um vídeo de uma pregação cristã em que uma jovem detalha como lutou contra a homossexualidade e interrompeu seu processo de transição de gênero depois de "conhecer Jesus".
A meia também curtiu memes em que satirizava a ex-jogadora Megan Rapinoe, famosa também por ser um ícone da luta pelos direitos LGBTQIA+, e postou um vídeo no feriado de 4 de julho com seus familiares falando que seus pronomes são USA (sigla em inglês para Estados Unidos) -é costume entre os progressistas norte-americanos a identificação de quais pronomes (masculinos, femininos ou neutros) devem ser usados para se referir a eles.
Críticas, críticas e mais críticas
As publicações de Albert criaram uma celeuma enorme dentro da comunidade do futebol feminino norte-americano.
Além de a seleção ter um histórico de luta contra os preconceitos sexual e de gênero, algumas das suas atuais companheiras de time são lésbicas ou bissexuais -a zagueira Tierna Davidson, por exemplo, é casada com uma mulher.
Em entrevista ao site "The Athletic", a já aposentada Rapinoe, última norte-americana eleita melhor jogadora do mundo (2019), criticou o comportamento de Albert por não ajudar na construção de um "ambiente mais seguro e inclusivo".
Não foram poucas também as críticas feitas nas redes sociais quando o nome da meio-campista apareceu na lista de convocadas dos EUA para a Olimpíada.
Arrependimento?
Depois da repercussão negativa dos seus atos nas redes sociais, Albert disse estar arrependida das publicações que geraram tanta confusão.
A meia negou ter tido a intenção de ofender a comunidade LGBTQIA+ e classificou seu comportamento como "imaturo e desrespeitoso".
Os posts também foram apagados pela atleta de 20 anos, que disputa em Paris-2024 seu primeiro grande torneio pela seleção norte-americana principal.
Pedra na chuteira
A decisão de Paris-2024 será o terceiro Brasil x EUA valendo medalha de ouro na história do futebol feminino olímpico.
Nos dois encontros anteriores, a disputa foi para a prorrogação e teve as norte-americanas como campeãs. Duas décadas atrás, em Atenas, ganharam por 2 a 1. Quatro anos mais tarde, em Pequim, fizeram 1 a 0.
Os Estados Unidos são a maior potência do futebol para mulheres em todos os tempos. Eles detêm tanto o recorde de ouros olímpicos (quatro, o último em Londres-2012) quanto o de títulos da Copa do Mundo (quatro, o mais recente na França-2019).
Já o Brasil nunca venceu nenhum dos dois torneios mais importantes da modalidade. Além das duas medalhas de prata, foi ainda vice-campeão mundial em 2007.
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