Rafael Reis

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Como os EUA ajudaram o Brasil a voltar a ser grande no futebol feminino

Adversários dos Brasil na final do torneio olímpico de Paris-2024, os Estados Unidos deram uma bela "ajudinha" para a seleção canarinho voltar a figurar no primeiro escalão do futebol feminino internacional.

Nada menos que sete jogadoras que vestirão amarelo na final deste sábado (às 12h, de Brasília) atuam no "soccer" norte-americano: Tarciane, Rafaelle, Kerolin, Adriana, Marta, Angelina e Lauren.

A marca é um recorde de todas as participações olímpicas brasileiras na modalidade. Três anos atrás, em Tóquio-2020, a seleção tinha só três atletas que defendiam equipes dos EUA.

Experiência norte-americana

O Campeonato Brasileiro, casa de dez jogadoras, é a única liga com maior participação no elenco canarinho de Paris-2024 que a National Women's Soccer League, a versão feminina da MLS.

Curiosamente, o Brasil mais norte-americano de todos os tempos acontece justamente em um momento que a liga dos EUA já não reina mais sozinha lá no topo do futebol para mulheres.

Nos últimos anos, a NWSL tem cada vez mais divido as atenções (e também as grandes jogadoras) com os campeonatos nacionais europeus já formam a elite no masculino, como o Inglês, o Espanhol e o Francês.

Reflexo disso é que a própria seleção norte-americana conta com jogadoras que atuam na Europa. A camisa 10 Lindsay Horan defende o Lyon, a defensora Emily Fox atua no Arsenal e a meia Korbin Albert faz parte do grupo do PSG.

Brasileira de New Jersey

O elenco comandado por Arthur Elias conta até mesmo com uma jogadora que poderia vestir a camisa norte-americana na decisão de sábado.

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A meio-campista Angelina, que até usou a braçadeira de capitã nas semifinais contra a Espanha, é nascida nos Estados Unidos e possui dupla cidadania.

Filha de imigrantes brasileiros e natural do estado de New Jersey, a meia passou os quatro primeiros anos de vida no território norte-americano e só depois se mudou para o país que escolheu defender.

Angelina começou a jogar futebol já aqui no Brasil e passou por Vasco, Santos e Palmeiras antes de migrar para o exterior. No começo do ano, voltou aos EUA, agora para jogar pelo Orlando Pride.

Pedra na chuteira

A decisão de Paris-2024 será o terceiro Brasil x EUA valendo medalha de ouro da história do futebol feminino olímpico.

Nos dois encontros anteriores, a disputa foi para a prorrogação e teve as norte-americanas como campeãs. Duas décadas atrás, em Atenas, ganharam por 2 a 1. Quatro anos mais tarde, em Pequim, fizeram 1 a 0.

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Os Estados Unidos são a maior potência do futebol para mulheres em todos os tempos. Eles detêm tanto o recorde de ouros olímpicos (quatro, o último em Londres-2012) quanto o de títulos da Copa do Mundo (quatro, o mais recente na França-2019).

Já o Brasil nunca venceu nenhum dos dois torneios mais importantes da modalidade. Além das duas medalhas de prata, foi ainda vice-campeão mundial em 2007.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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