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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que o Flamengo adiou projeto de comprar time em Portugal?

Rodolfo Landim é presidente do Flamengo e participa de projeto de internacionalização do clube - Gilvan de Souza/Flamengo
Rodolfo Landim é presidente do Flamengo e participa de projeto de internacionalização do clube Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

31/08/2022 04h20

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No final da temporada passada, enquanto dois dos seus principais rivais estaduais (Botafogo e Vasco) discutiam a possibilidade de serem vendidos para investidores estrangeiros, o Flamengo prometia fazer o caminho contrário: ir ao exterior e adquirir um time para ser a sua filial lá fora.

O projeto, que chegou a ser apresentado ao Conselho de Administração do clube, era comprar o Tondela, de Portugal, para ter uma equipe sob sua administração disputando um dos principais campeonatos nacionais da Europa.

Mas quase um ano já se passou desde que esse assunto deixou de ser apenas um plano estudado nos escritórios da Gávea para se transformar em tema de conhecimento dos torcedores. E, até agora, nada de concreto aconteceu.

Fato é que, apesar de não ter desistido completamente da ideia de criar uma versão europeia do Flamengo, a diretoria rubro-negra perdeu um pouco de empolgação com o projeto e passou a tratá-lo como algo menos emergencial.

O balde de água fria foi o rebaixamento do Tondela para a segunda divisão portuguesa.

As negociações entre o Fla e seu alvo no Velho Continente foram paralisadas mais ou menos na virada de ano porque a equipe da terra de Cristiano Ronaldo precisava focar na luta para permanecer na elite.

Mas a queda acabou se concretizando. Com isso, o clube brasileiro resolveu encerrar as conversas com o Tondela, desistir definitivamente da transação e buscar outras opções para dar continuidade ao projeto.

Na avaliação do Flamengo, investir na compra de um clube que atualmente está fora da primeira divisão do seu país seria um atraso, uma vez que seria necessário investir primeiro na montagem de um time capaz de retornar à elite e só depois formar um elenco mais definitivo para fazer bonito no campeonato nacional e brigar por classificação para competições continentais.

Com o encerramento do "projeto Tondela", a equipe mais popular do Brasil agora está analisando outros clubes portugueses em condições de serem comprados e darem retorno esportivo mais rápido. No entanto, ainda não há a definição de um novo alvo número um.

Ainda que o Flamengo apareça mesmo em breve como dono de um clube da primeira divisão portuguesa, ele não será o primeiro brasileiro a controlar uma equipe minimamente relevante no cenário europeu.

O Estoril Praia, também da elite portuguesa, passou praticamente toda a década passada sob comando da Traffic, empresa que era liderada pelo jornalista J. Hawilla. Já o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, acionista majoritário do Cruzeiro, também dirige desde 2018 o Valladolid, recém-promovido à primeira divisão da Espanha.

Após um primeiro semestre com resultados abaixo do esperado, o Flamengo entrou nos eixos com a troca do treinador português Paulo Sousa por Dorival Júnior. O time rubro-negro já está há 14 jogos sem perder (12 vitórias e dois empates) e tem a possibilidade de ainda conquistar três títulos nesta temporada.

Nesta noite, a equipe inicia na Argentina o mata-mata contra o Vélez Sarsfield, válido pela semifinal da Copa Libertadores da América. No domingo, o adversário é o Ceará, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro —ocupa a vice-liderança, com sete pontos a menos que o Palmeiras, primeiro colocado.

A terceira competição em que o Flamengo continua vivo é a Copa do Brasil. Os cariocas ficaram próximos da vaga na decisão depois de terem derrotado o São Paulo por 3 a 1, no Morumbi, na semana passada. A partida de volta está marcada para 14 de setembro, e o time de Gabigol, Pedro, Arturo Vidal e cia. tem a vantagem de poder perder por até um gol de diferença.