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Rafael Reis

REPORTAGEM

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'9 de verdade', Arthur Cabral se vê mais perto da Copa com ida para Itália

Arthur Cabral acredita que estará na Copa-2022 após ida para Fiorentina - Gabriele Maltinti/Getty Images
Arthur Cabral acredita que estará na Copa-2022 após ida para Fiorentina Imagem: Gabriele Maltinti/Getty Images

17/02/2022 04h00

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Autor de 67 gols em 108 partidas desde que chegou à Europa, dois anos e meio atrás, Arthur Cabral trocou de time na janela de transferências de janeiro. Em um negócio de 14 milhões de euros (R$ 82,2 milhões), o atacante deixou o Basel para jogar pela Fiorentina.

Além da valorização financeira e do prestígio de jogar em uma liga nacional do primeiro escalão do Velho Continente, o ex-jogador do Palmeiras decidiu mudar de ares porque quer disputar a Copa do Mundo. E acredita que atuar na Itália seja o caminho mais curto para conquistar a vaga para o Qatar-2022.

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"É claro que tem projeto de carreira e realização de sonhos. Mas um dos fatores que mais motivam nessa transferência é ficar mais perto da convocação. Vivo esse sonho de estar com a seleção brasileira no fim do ano", afirmou o artilheiro, em entrevista exclusiva ao "Blog do Rafael Reis".

Arthur até já foi convocado por Tite. Em outubro, ele entrou na lista para a rodada tripla das eliminatórias e ficou no banco de reservas na vitória por 3 a 1 sobre a Venezuela.

Agora, ele mesmo fala o que tem a oferecer à seleção para vencer a disputa com Gabriel Jesus, Roberto Firmino, Matheus Cunha, Gabigol e Richarlison, os outros atacantes de área que têm vestido a amarelinha.

"Eu sou um camisa 9. Claro que não me limito só a isso. Tenho bons números de assistências, consigo armar jogadas. Mas sou um centroavante grande e forte, que sabe segurar a bola, que tem imposição física. Além disso, posso ajudar a equipe em uma jogada individual", disse, vendendo o seu peixe.

Até mesmo a escolha da Fiorentina como destino foi pensando em uma rápida adaptação que o ajude a se firmar como jogador da seleção.

O brasileiro foi contratado para o lugar de Dusan Vlahovic, atacante sérvio que se transferiu para a Juventus e ocupa a segunda colocação na artilharia do Campeonato Italiano. Ou seja, a "Viola" já está mais do que acostumada a jogar com um homem-gol dentro da sua área.

"Se você já tinha um centroavante que estava fazendo muitos gols é porque o time está criando bastante. O atacante só faz gol se tem um time que cria oportunidades e sabe jogar com ele. E isso é algo que vai me ajudar bastante", analisou o brasileiro, que passou em branco nas duas primeiras partidas pelo novo clube.

Antes de se transferir para a Itália, até teve a possibilidade de retornar para o Brasil. O Corinthians, arquirrival do seu último clube por aqui, tentou contratá-lo no mês passado, mas o negócio esbarrou nas questões financeiras.

"Cara, eu não sei exatamente o que houve entre Corinthians e Basel, mas acho que teve a ver com os valores. Os números [da minha ida para a Fiorentina] realmente são muito altos para o padrão do futebol brasileiro. Mas eu nunca falei não para o Corinthians. Estava aberto para voltar ao país."

Revelado nas categorias de base do Ceará, Arthur foi contratado pelo Palmeiras no começo de 2019, mas só disputou seis partidas com a camisa alviverde. Tratado como terceira opção para o comando de ataque pelo técnico Luiz Felipe Scolari, ele acabou emprestado pelo Basel no meio do ano.

"É claro que fiquei decepcionado, foram oito meses muito difíceis. Mas tudo serve de aprendizado. A gente vai ganhando experiência quando vive coisas novas. Eu representava o melhor time da América e tentava viver isso da melhor forma possível. A parte em que mais evoluí foi a psicológica. Viver o que vivi no Palmeiras me ajudou a chegar na Fiorentina, onde sei que também vou ter que brigar por vaga no time titular. Agora, já estou preparado para isso."

Mas o que será que o Arthur Cabral de 2019, aquele que quase nunca jogava no Palmeiras, diria se fosse informado que, três anos mais tarde, estaria acreditando na chance de disputar a Copa do Mundo?

"Eu responderia: eu sei que tenho chances. Uma das coisas que me motivavam no Palmeiras era saber que, mesmo no banco, estar lá era estar perto da seleção. Então, eu sempre tive isso na minha cabeça. Nunca deixei de acreditar", completou.

A Fiorentina, o novo time de Arthur Cabral, ocupa a oitava colocação no Italiano. Com 39 pontos, está a três do início da zona de classificação para as competições europeias da próxima temporada. Seu próximo compromisso é neste domingo, contra a Atalanta, em casa.