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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por onde andam 7 destaques da Copa São Paulo hoje "escondidos" no exterior?

Lucas Gaúcho (Atlético Sanluqueño) - Divulgação
Lucas Gaúcho (Atlético Sanluqueño) Imagem: Divulgação

06/01/2022 04h20

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Disputada anualmente logo no começo de janeiro, a Copa São Paulo é a maior vitrine de jovens talentos do futebol brasileiro. E, a cada nova edição, desperta a mesma expectativa: será que desta vez será revelado algum futuro destaque de um dos maiores clubes do mundo e, consequentemente, também da seleção canarinho?

De vez em quando, essa meta é cumprida. Gabriel Jesus, Casemiro e Neymar são alguns dos astros da equipe de Tite que tiveram atuações de sucesso na Copinha quando ainda eram adolescentes.

Mas a maior parte dos grandes nomes que despontam no torneio de base não conseguem alcançar esse nível de fama e desempenho. Alguns até vão jogar no exterior, mas acabam um tanto quanto esquecidos por lá, defendendo times pouco expressivos ou atuando em países menos importantes no cenário internacional.

Apresentamos abaixo sete craques da Copinha que hoje vivem essa situação: de certa forma, estão "perdidos" em algum canto do mundo do futebol.

LUCAS GAÚCHO
Atacante
30 anos
Atlético Sanluqueño (ESP)

Companheiro de Casemiro e Lucas Moura no São Paulo que venceu a Copinha de 2010, o centroavante terminou a competição como artilheiro e promessa de que resolveria os problemas ofensivos do time do Morumbi. Só que Lucas Gaúcho quase não conseguiu jogar na equipe principal do clube que o revelou e acabou se transformando em um peregrino da bola. Nos últimos nove anos, ele passou por Tailândia, Vietnã, Omã, Japão, Lituânia, Israel, Bolívia, Kuwait e, desde o começo da temporada europeia, dá expediente na terceira divisão do Campeonato Espanhol. Mesmo jogando em um escalão mais baixo, o brasileiro raramente é titular do Atlético Sanluqueño e só marcou três gols desde que chegou ao clube.

RAFAEL MARTINS
Atacante
32 anos
Moreirense (POR)

Rafael Martins (Moreirense) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Maior artilheiro da história da Copa São Paulo, com 16 gols em três participações, o centroavante jogou a competição por Juventus, em 2006, Internacional, em 2007, e Grêmio, em 2008, quando terminou como goleador da edição. Como profissional, seu melhor momento no futebol brasileiro foi a temporada de 2013, em que vestiu a camisa da Chapecoense. No exterior desde o segundo semestre daquele ano, fez carreira jogando na Espanha, em Portugal e na China. Um ano atrás, depois de três temporadas no futebol asiático, retornou ao Moreirense para disputar o Campeonato Português. Em 2021/22, só anotou quatro gols, mas um deles foi contra o poderoso Benfica.

DIEGO ROSA
Volante
19 anos
Lommel (BEL)

Diego Rosa (Lommel) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Referência técnica do Grêmio na Copinha de 2020, o volante foi derrotado no Gre-Nal que decidiu o título, mas conseguiu um prêmio ainda mais valioso: chamou a atenção de Pep Guardiola e acabou sendo contratado pelo Manchester City. Só que Diego Rosa ainda não teve oportunidades na equipe que lidera com folga o Campeonato Inglês. Para ganhar experiência internacional e se adaptar ao futebol praticado na Europa, o brasileiro foi emprestado até o fim da temporada ao Lommel, da segunda divisão da Bélgica, um dos vários clubes espalhados ao redor do mundo que também pertencem ao fundo dos Emirados Árabes que administra os "Citizens".

ADRYAN
Meia
27 anos
Sion (SUI)

Adryan (Sion) - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Camisa 10 do Flamengo campeão de 2011, foi promovido à equipe adulta por Vanderlei Luxemburgo logo depois da competição. Comparado a Zico, o maior ídolo da história do clube, o garoto não conseguiu deslanchar e iniciou, três anos depois, uma série de empréstimos que o levou para Itália (Cagliari), Inglaterra (Leeds) e França (Nantes). Em 2017, transferiu-se para o Sion, da Suíça, clube que hoje detém seus direitos econômicos, onde também não se firmou. Ao longo das últimas cinco temporadas, foi cedido duas vezes para o Avaí e uma para o Kayserispor (Turquia). Apesar de vestir a camisa 10 do Sion, raramente é aproveitado na equipe de cima e chegou a ser emprestado ao time B entre agosto e setembro para alguns compromissos válidos pela terceira divisão nacional.

TALLES MAGNO
Meia-atacante
19 anos
New York City (EUA)

Talles Magno em sua apresentação no New York City: atacante chega motivado ao time norte-americano - Reprodução / Instagram do New York City - Reprodução / Instagram do New York City
Imagem: Reprodução / Instagram do New York City

Assim como Diego Rosa, o meia-atacante também bateu na trave na Copa São Paulo, mas hoje faz parte da lista de jogadores que são pagos pelo grupo que administra o Manchester City. Nome mais talentoso do Vasco que foi vice-campeão do torneio de base em 2019, Talles Magno começou a ter chances na equipe principal ainda no primeiro semestre daquele ano e parecia ser um daqueles jogadores que sairiam do Brasil direto para um clube importante da Europa. Só que o destino do garoto foi outro. Em maio, ele foi negociado com o New York City e passou a disputar a MLS (Major League Soccer). Em sua temporada de estreia no futebol dos Estados Unidos, o ex-Vasco já se sagrou campeão da liga. No entanto, foi reserva durante praticamente toda a campanha.

BRUNO UVINI
Zagueiro
30 anos
FC Tokyo (JAP)

Bruno Uvini (FC Tokyo) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Assim como Lucas Gaúcho, fez parte do elenco são-paulino que faturou o troféu de 2010. E como capitão. O zagueiro até emplacou um bom início de carreira no Morumbi e chegou a defender Santos e Napoli. Mas as últimas temporadas de Bruno Uvini não têm correspondido ao que se esperava do zagueiro na época das categorias de base. Resultado: o defensor chegou a ficar três meses desempregado na virada de 2020 para 2021 e passou a última temporada sendo pago para não jogar no Japão (disputou só oito partidas pelo FC Tóquio).

WENDEL
Atacante
21 anos
Leixões (POR)

Wendel (Leixões) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Autor do gol que deu ao Flamengo seu último título de Copa São Paulo, quatro anos atrás, o atacante acabou sendo "engolido" pelo enriquecimento do elenco rubro-negro, que se encheu de medalhões e limitou o espaço para jovens promessas. Wendel até chegou a jogar algumas partidas pelo time principal do Fla, mas logo viu as oportunidades minguarem e se transferiu para as divisões menores de Portugal. Atualmente, joga a segundona lusa pelo Leixões e é um dos vice-artilheiros do time na temporada, com três gols.