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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Conheça as armas dos 6 times que querem impedir título mundial do Palmeiras

Chelsea, de Thiago Silva, será um dos adversários do Palmeiras no Mundial - Reprodução/Twitter @ChelseaFC
Chelsea, de Thiago Silva, será um dos adversários do Palmeiras no Mundial Imagem: Reprodução/Twitter @ChelseaFC

28/11/2021 04h00

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O Palmeiras acabou de conquistar pela terceira vez a Libertadores. Mas agora já tem um novo desafio pela frente: duelar contra os outros campeões continentais pelo posto de melhor time de futebol do planeta na atualidade...

O Mundial de Clubes será disputado em fevereiro, nos Emirados Árabes. As datas exatas de início e término da competição, assim como o chaveamento dos confrontos, serão divulgados amanhã.

Mas o que aguarda o Palmeiras lá no Oriente Médio?

Para responder essa pergunta, o "Blog do Rafael Reis" apresenta um guia completo com os detalhes sobre cada um dos seis times estrangeiros que vão disputar o torneio. No entanto, vale ressaltar que eles ainda podem mudar bastante até o Mundial, já que ainda temos uma janela de transferências pela frente.

CHELSEA (ING)
Vencedor da Liga dos Campeões da Europa
Técnico: Thomas Tuchel (ALE)
Destaque: Romelu Lukaku (BEL)
Brasileiros: 1 (Thiago Silva)
Melhor campanha em Mundiais: Vice-campeão em 2012
Aproveitamento nesta temporada: 73,3%

O atual campeão europeu pode até não ser o time que pratica o futebol mais plástico do mundo. Mas, mesmo sem contar com muitos jogadores habilidosos e capazes de decidir uma partida em um lance individual, o Chelsea é absurdamente competente. Não à toa, além de ser o detentor do título continental, lidera também a Premier League inglesa, o campeonato nacional mais badalado do planeta. O time comandado por Thomas Tuchel esbanja segurança, principalmente no setor defensivo. O senegalês Édouard Mendy é um dos melhores goleiros da atualidade e o trio de zagueiros formado por Thiago Silva, Andreas Christensen e Antonio Rüdiger é um paredão. A transição entre defesa e ataque é comandada pela técnica do ítalo-brasileiro Jorginho e pelo vigor inesgotável de N'Golo Kanté. E, lá na frente, Romelu Lukaku alia força física, técnica e uma capacidade de movimentação muito acima da média para um jogador tão alto e forte quanto ele. Por tudo isso, o Chelsea é (com sobras) o favorito para ficar com o inédito título do Mundial.

MONTERREY (MEX)
Vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf
Técnico: Javier Aguirre (MEX)
Destaque: Rogelio Funes Mori (MEX)
Brasileiros: nenhum
Melhor campanha em Mundiais: Terceiro colocado em 2012 e 2019
Aproveitamento nesta temporada: 45,6%

Monterrey - Carlos Ramirez/Divulgação - Carlos Ramirez/Divulgação
Imagem: Carlos Ramirez/Divulgação

No ano passado, um time mexicano surpreendeu o Palmeiras e chegou à decisão do Mundial. Desta vez, é o Monterrey que espera repetir o feito do Tigres e ter a oportunidade de ir para o jogo do título. Terceiro maior vencedor da história da Concachampions, com cinco títulos, o time é comandado por um ex-treinador da seleção mexicana (Copas de 2002 e 2010) e tem vários jogadores que já disputaram o principal torneio de futebol do planeta, como o veterano zagueiro Héctor Moreno, o argentino Maxi Meza e os costarriquenhos Joel Campbell e Celso Ortiz. Mas o protagonista da equipe é o centroavante Rogelio Funes Mori, que nasceu na Argentina, mas hoje joga pelo país que o acolheu. O camisa 7 está no Monterrey desde 2015, já passou das 130 bolas na rede pelo clube, fez o gol do título da Concachampions e acabou eleito o melhor jogador da competição.

AL-HILAL (ARA)
Vencedor da Liga dos Campeões da Ásia
Técnico: Leonardo Jardim (POR)
Destaque: Moussa Marega (MAL)
Brasileiros: 1 (Matheus Pereira)
Melhor campanha em Mundiais: Quarto colocado em 2019
Aproveitamento nesta temporada: 70,4%

O Al-Hilal assegurou sua vaga no Mundial de Clubes do ano que vem - REUTERS/Ahmed Yosri - REUTERS/Ahmed Yosri
Imagem: REUTERS/Ahmed Yosri

Não é nenhum exagero dizer que o Al-Hilal é hoje um dos clubes não-europeus mais ricos do planeta. Bancado pelo príncipe Mohammed bin Faisal, filho de um antigo rei da Arábia Saudita, o campeão asiático conseguiu contratar o técnico português Leonardo Jardim, que revelou Kylian Mbappé e foi semifinalista da Champions pelo Monaco, um sonho que Palmeiras e Flamengo não foram capazes de concretizar. Além disso, a equipe de Riad frequentemente vai à Europa para se reforçar. Seu artilheiro, Bafétimbi Gomis (ex-Olympique de Marselha, Lyon e Swansea City), já disputou uma Eurocopa pela seleção francesa. E suas duas principais contratações da última janela de transferências (o meia brasileiro Matheus Pereira, ex-West Bromwich, e o atacante malinês Moussa Marega, ex-Porto) tinham bastante mercado no Velho Continente. Com tanto dinheiro para investir, o Al-Hilal tem se firmado como a maior força do futebol asiático e ganhou dois dos últimos três títulos da Liga dos Campeões do seu continente.

AL-AHLY (EGI)
Vencedor da Liga dos Campeões da África
Técnico: Pitso Mosimane (AFS)
Destaque: Mohamed El Shenawy (EGI)
Brasileiros: nenhum
Melhor campanha em Mundiais: Terceiro colocado em 2006 e 2020
Aproveitamento nesta temporada: 91,7%

Al Ahly - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Se o slogan do Barcelona é "mais que um clube", o Ah-Ahly bem que poderia se definir como "muito mais que um clube". O maior vencedor da história do futebol africano (dez títulos, o dobro dos segundos colocados, Zamalek e Mazembe) é tão influente no Egito que participa ativamente da vida política do país, especialmente com movimentos de oposição ao governo. A peça mais conhecida do elenco comandado pelo sul-africano Pitso Mosimane é o goleiro Mohamed El Shenawy. Aos 32 anos, o capitão do Al-Ahly e goleiro titular da seleção egípcia exala segurança e é daqueles nomes que só não estão jogando na Europa porque "não querem". Dentre os jogadores de linha, quem mais merece atenção é o baixinho Mohamed Magdy, o Afsha, principal garçom do time, que distribuiu 13 passes para gol na temporada passada.

AUCKLAND CITY (NZL)
Indicado pela Confederação de Futebol da Oceania
Técnico: José Figueira (ING)
Destaque: Cameron Howieson (NZL)
Brasileiros: nenhum
Melhor campanha em Mundiais: Terceiro colocado em 2014
Aproveitamento nesta temporada: 83%

Auckland City - Shane Wenzlick/Divulgação - Shane Wenzlick/Divulgação
Imagem: Shane Wenzlick/Divulgação

Ganhador de sete títulos continentais ao longo da década passada, o clube da Nova Zelândia não precisou vencer nenhum campeonato para se classificar ao Mundial. Como a Liga dos Campeões da Oceania não foi disputada em virtude da pandemia da covid-19, a confederação continental resolveu convidar sua maior potência para representar a região no torneio da Fifa. Só que o Auckland City tem um elenco bem mais pobre do que os outros participantes da competição. Sem nenhum jogador sequer na seleção neozelandesa, depende demais da capacidade de liderança do meia Cameron Howieson, que costumava ser convocado para o time nacional até 2018, e dos gols do centroavante argentino Emiliano Tade, maior artilheiro da história do clube, mas que já começou a sentir os efeitos de ter 33 anos e tem rendido cada dia menos.

AL-JAZIRA (EAU)
Campeão dos Emirados Árabes Unidos
Técnico: Marcel Keizer (HOL)
Destaque: Ali Mabkhout (EAU)
Brasileiros: 2 (Bruno e João Victor)
Melhor campanha em Mundiais: Quarto colocado em 2017
Aproveitamento nesta temporada: 53,3%

Al Jazira - Giuseppe Cacace/AFP - Giuseppe Cacace/AFP
Imagem: Giuseppe Cacace/AFP

Não são todos os times de futebol que podem se orgulhar de contar com o talento de craque. Pois o campeão dos Emirados Árabes e representante do país-sede do Mundial é um desses que dispõem de um jogador realmente diferenciado. Para o contexto do Oriente Médio, Ali Mabkhout é como se fosse uma espécie de Cristiano Ronaldo ou Robert Lewandowski. Aos 31 anos, o atacante já soma mais de 180 gols pelo Al-Jazira (único clube que defendeu como profissional) e 79 bolas na rede com a camisa da seleção. Ele também é o artilheiro global das eliminatórias da Copa do Mundo-2022, com 14 tentos. Com um talento desses à disposição, o Al-Jazira concentra todo o seu jogo em municiar seu camisa 7. As principais peças para fazer a bola chegar a Mabkhout vieram da Europa: o ponta direita malinês Abdoulay Diaby (ex-Sporting) e o meia-atacante pela esquerda João Victor (ex-Wolfsburg).