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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que o Brasil não enfrenta Guiana e Suriname nas eliminatórias da Copa?

A seleção do Suriname já foi eliminada das eliminatórias da Concacaf - Edgar Quintana/Divulgação
A seleção do Suriname já foi eliminada das eliminatórias da Concacaf Imagem: Edgar Quintana/Divulgação

11/11/2021 04h00

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A gente aprende na escola que a América do Sul é formada por um departamento ultramarino (Guiana Francesa) e 12 países independentes (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).

Se é assim, por que a seleção brasileira nunca enfrenta Guiana e Suriname na Copa América e nas eliminatórias da Copa do Mundo? E por que os clubes desses dois países tampouco participam da Libertadores e da Copa Sul-Americana?

A resposta é muito simples. Apesar de estarem geograficamente na América do Sul, os guianeses e os surinamenses não são filiados à Conmebol, a entidade que organiza o futebol neste canto do mundo.

Os dois países fazem parte da Concacaf, confederação responsável pela bola jogada nas Américas do Norte e Central (além do Caribe), e disputam suas competições de clubes e seleções.

Eles não são um episódio único no futebol mundial. Vale lembrar que Israel, apesar de geograficamente fazer parte da Ásia, joga os torneios da Europa. Já a Austrália, maior país da Oceania, hoje participa dos campeonatos asiáticos.

No caso de Guiana e Suriname, o principal motivo para eles fazerem parte da Concacaf (e não da Conmebol, como seria mais natural) é o baixo nível técnico do futebol desses dois países, incapaz de ser minimamente competitivo contra os outros sul-americanos.

A seleção surinamesa ocupa a 139ª colocação no ranking da Fifa. Já a guianesa tem uma posição ainda mais modesta: 176ª. Todas as equipes filiadas à Conmebol aparecem no top 80 da lista. A pior delas, Bolívia, está no 78º lugar.

Mesmo jogando contra adversários em tese menos qualificados do que encontraria na América do Sul, essas duas equipes estão longe de se destacar no cenário da Concacaf.

Ambas foram eliminadas já na primeira fase das eliminatórias da Copa-2022. Além disso, só conseguiram se classificar uma vez para a Copa Ouro, que reúne as seleções mais fortes filiadas à entidade, neste século —a Guiana foi 13ª em 2019 e o Suriname, décimo na edição deste ano.

A Copa-2022 conhece até o momento três dos seus 32 participantes. Além do Qatar, classificado por ser país-sede, Alemanha e Dinamarca também já carimbaram o passaporte para a competição.

O torneio será disputado fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, começará no dia 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.

Essa será a última edição do torneio da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, que será disputado em 2026 na América do Norte (Estados Unidos, México e Canadá), serão 48 participantes.

Uma nova mudança pode acontecer em breve. Apesar da rejeição das confederações europeia e sul-americana, a entidade que gerencia o futebol vem tentando emplacar uma proposta para realizar a Copa a cada dois anos. Desde que foi criado, em 1930, o torneio é jogado com quatro anos de diferença de uma edição para a outra.

A única exceção aconteceu no período da Segunda Guerra Mundial, quando houve uma pausa forçada de 12 anos sem que a bola rolasse no torneio.

Eliminatórias sul-americanas

Hoje
18h - Equador x Venezuela, em Quito (EQU)
20h - Paraguai x Chile, em Assunção (PAR)
21h30 - Brasil x Colômbia, em São Paulo (SP)
23h - Peru x Bolívia, em Lima (PER)

Amanhã
20h - Uruguai x Argentina, em Montevidéu (URU)