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Final da Concachampions tem "fábrica de novelas" contra "Coca-Cola"
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De um lado, o maior conglomerado de mídia da América Latina, uma rede de televisão que funciona como uma gigantesca fábrica de novelas e exporta conteúdo para todos os cantos do mundo. Do outro, um conglomerado que atua nas mais diferentes áreas, mas que é conhecido globalmente pela forte atuação na distribuição de bebidas e tem sua marca intimamente ligada à da Coca-Cola.
A final da Liga dos Campeões da Concacaf, entre América e Monterrey, na noite de hoje, que decide o representante da confederação no Mundial de Clubes, é a explicação perfeita de por que não falta dinheiro no futebol mexicano. O jogo está marcado para as 23h (de Brasília) e terá transmissão da Fox Sports e do Star+.
Mesmo tendo adversários também endinheirados vindos dos Estados Unidos e do Canadá, aqueles que disputam a MLS (Major League Soccer) o México domina completamente o torneio das Américas do Norte e Central, além do Caribe.
A hegemonia já dura 16 temporadas consecutivas e foi quebrada pela última vez lá em 2005, pelo costarriquenho Deportivo Saprissa.
O América é o maior vencedor da história da Concachampions, apelido pelo qual a competição é simpaticamente conhecida. O time irá jogar a final continental pela oitava vez. E, nas sete decisões anteriores que disputou, ficou com a taça.
O sucesso também pode ser creditado aos vários jogadores e treinadores de bom nível que passaram pelo clube mais popular do México nas últimas décadas. Mas, só foi possível graças ao pesado investimento feito em futebol pelo Grupo Televisa.
A empresa de mídia é dona do clube desde a década de 1950. Desde então, vem injetando no América parte do faturamento obtida com novelas que se tornaram fenômenos globais, como Carrossel, Rebelde e a trilogia das Marias (Maria Mercedes, Marimar e Maria do Bairro).
O Monterrey não fica muito atrás nem na quantidade de títulos da Liga dos Campeões (quatro, todos conquistados na última década) e nem na capacidade financeira dos seus proprietários.
Os Rayados, como são conhecidos, pertencem à FEMSA, quinta empresa de maior faturamento do México, que possui redes de lojas de conveniência, farmácias e postos de gasolina, além de ser acionista da cervejaria Heineken.
Mas os donos do Monterrey são mesmo famosos pela relação de parceria que desenvolveram com a Coca-Cola. Os mexicanos são os maiores envasadores e distribuidores independentes do refrigerante no planeta.
Boa parte do mercado brasileiro (assim como do latino-americano) de Coca é abastecido pela FEMSA. Por ano, ela atende 88 milhões de consumidores com as mais variadas bebidas da marca apenas por aqui.
O dinheiro das bebidas permite que o Monterrey tenha jogadores como o argentino Maximiliano Meza, que disputou a última Copa do Mundo, e o centroavante Rogelio Funes Mori, autor de mais de 120 gols pelo clube.
Já a grana das telenovelas financia no América atletas do calibre de Guillermo Ochoa e Miguel Layún, veteranos da seleção mexicana com história na Europa, e o técnico Santiago Solari, que já dirigiu até o Real Madrid.
Originalmente programado para ser disputado em dezembro, no Japão, o Mundial de Clubes-2021 precisou ser adiado para fevereiro do próximo e transferido para os Emirados Árabes Unidos depois que seu antigo organizador desistiu de recebê-lo por conta da pandemia da covid-19.
Quatro dos sete participantes do torneio já estão definidos: Chelsea (campeão europeu), Al Ahly (vencedor da Champions africana), Al-Jazira (representante do país-sede) e Auckland City (indicado pela Oceania).
Além da Concacaf, outras duas confederações continentais ainda não definiram o clube que jogará o Mundial.
A decisão da Liga dos Campeões da Ásia, entre o saudita Al-Hilal e o sul-coreano Pohang Steelers, está marcada para 23 de novembro. Quatro dias depois, Flamengo e Palmeiras se enfrentam em Montevidéu pelo título da Libertadores e pela vaga destinada à América do Sul.
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