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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como a Dinamarca, já classificada, virou a melhor seleção das Eliminatórias

Jogadores da Dinamarca comemoram gol contra a Áustria peas Eliminatórias - Liselotte Sabroe/Ritzau Scanpix via REUTERS
Jogadores da Dinamarca comemoram gol contra a Áustria peas Eliminatórias Imagem: Liselotte Sabroe/Ritzau Scanpix via REUTERS

14/10/2021 04h00Atualizada em 14/10/2021 10h13

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Oito jogos e oito vitórias. Vinte e sete gols marcados e nenhum sofrido. Goleadas aplicadas sobre Áustria, Israel e Moldávia. E, claro, o passaporte carimbado para disputar a próxima Copa do Mundo.

Os números mostram: nas Eliminatórias do Qatar-2022, não existe no planeta sequer uma seleção que esteja fazendo campanha superior à da Dinamarca.

Os nórdicos, que selaram a vaga com a vitória por 1 a 0 sobre os austríacos, na última terça-feira, são uma das três equipes (de um total de 209 participantes, espalhados por todos os continentes) que ainda continuam com 100% de aproveitamento no qualificatório.

A diferença é que Marrocos e Senegal, as outras seleções de campanha perfeita na corrida por vaga na Copa, só disputaram quatro partidas até o momento. A Dinamarca já foi a campo o dobro de vezes dos times africanos.

A seleção dirigida por Kasper Hjulmand já havia sido a sensação da última Eurocopa. No torneio jogado no meio do ano, superou o trauma do ataque cardíaco sofrido em campo por seu principal jogador (o meia Christian Eriksen, da Inter de Milão), chegou até as semifinais e só foi eliminada pela Inglaterra na prorrogação.

O principal motivo do sucesso dinamarquês é o jogo coletivo de uma base que se conhece há muito tempo. Onze convocados para esta Data Fifa já fizeram mais de 30 partidas com a camisa da seleção.

O zagueiro Simon Kjaer, que defende o Milan é capitão do time, veste a camisa vermelha desde 2009 e já disputou duas edições da Copa do Mundo (2010 e 2018) e outras duas da Euro (2012 e 2020).

Mas, ao mesmo tempo em que se apoia nos veteranos, a Dinamarca também tem conseguido aproveitar bem e inserir na sua equipe seus jovens valores que estão crescendo no cenário internacional.

Autor do gol da classificação para o Mundial, o ala Joakim Maehle, de 24 anos, que defende a Atalanta, acabou de completar um ano de seleção, mas já é protagonista do time. Também titular absoluto, o meia Mikkel Damsgaard, da Sampdoria, que tem 21, é o principal responsável pela criação das jogadas ofensivas.

E a defesa, a mais sólida das Eliminatórias mundiais, é quase toda construída no campeonato nacional mais forte do planeta, o Inglês. O goleiro Kasper Schmeichel e o zagueiro Jannik Vestergaard jogam no Leicester, o beque Andreas Christensen foi campeão europeu com o Chelsea, e o volante Pierre-Emile Höjberg atua no Tottenham.

Dos homens mais defensivos da seleção, apenas o capitão Kjaer joga em outra liga, a italiana, mas também em um clube poderoso e tradicional.

Além da Dinamarca, apenas outras duas seleções já garantiram presença na Copa do Mundo-2022. Uma é o Qatar, classificado por ser país-sede e que disputará a competição pela primeira vez na história. A outra é a Alemanha, que também obteve a vaga nesta Data Fifa.

O próximo Mundial será disputado fora do seu período habitual por causa do calor que faz no Oriente Médio no meio do ano. Por isso, o torneio começará no dia 21 de novembro e tem a final marcada para 18 de dezembro.

Essa será a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado desde a França-1998, com a presença de 32 seleções. A partir do próximo Mundial, que será disputado em 2026 na América do Norte (Estados Unidos, México e Canadá), serão 48 participantes.

Uma nova mudança pode acontecer em breve. A entidade que gerencia o futebol vem tentando emplacar uma proposta para realizar a Copa a cada dois anos. Desde que foi criado, em 1930, o torneio é jogado com quatro anos de diferença de uma edição para a outra.

A única exceção aconteceu no período da Segunda Guerra Mundial, quando houve uma pausa forçada de 12 anos sem que a bola rolasse no torneio.