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Rafael Reis

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Por que Neymar aposta tanto em Messi para reviver auge da sua carreira?

Neymar e Messi participam de treino do Paris Saint-Germain - Bertrand Guay/AFP
Neymar e Messi participam de treino do Paris Saint-Germain Imagem: Bertrand Guay/AFP

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Quatro anos e três meses depois de derrotarem o Alavés e conquistarem o título da Copa do Rei 2016/17 para o Barcelona, Neymar e Lionel Messi estão a poucas horas de voltarem a disputar uma partida oficial do mesmo lado.

Depois de desfalcarem o Paris Saint-Germain nas três primeiras rodadas do Campeonato Francês para recuperarem a forma física, o camisa 10 brasileiro e o badalado reforço argentino devem ir a campo juntos contra o Reims, amanhã, pelo torneio nacional.

A reconstrução da parceria com o único hexacampeão de prêmios de melhor jogador do planeta, contratado pelo PSG depois de a política de fair play financeiro do futebol espanhol impedir a renovação do contrato com Barça, é visto por Neymar como sua melhor oportunidade de voltar ao auge.

Afinal, foi ao lado de Messi que o maior nome do futebol brasileiro na última década viveu seus melhores dias na Europa. Nos quatro anos que dividiram vestiário na Catalunha, eles faturaram dois títulos espanhóis, duas Copas do Rei, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.

Mais que isso: Neymar alcançou números e feitos individuais que nunca mais foram reproduzidos na sua carreira. Em 2014/15, marcou dez vezes na Champions e foi um dos artilheiros da competição. Na mesma temporada, meteu 39 bolas nas redes. E, em 2016/17, distribuiu 19 assistências.

Depois que foi vendido ao PSG por 222 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão, na cotação atual) e se transformou no jogador de futebol mais caro de todos os tempos, o brasileiro nunca mais atingiu essas marcas.

Com a camisa da equipe francesa, Neymar nunca marcou mais que seis vezes em uma única edição do torneio continental (também não voltou a vencê-lo) e tem recordes de 28 gols e 16 passes para companheiros marcarem em um ano.

Na temporada passada, prejudicado por uma série de problemas físicos e também por suspensões provocadas pelo acúmulo de cartões e expulsões, o brasileiro ficou ainda mais distante dos tempos de Barcelona: jogou só 31 partidas (de um total de 57 compromissos do seu clube), com 17 gols e 11 assistências.

Agora novamente ao lado de Messi, de quem é amigo pessoal e sobre quem exerceu uma grande influência durante a negociação que levou o argentino ao PSG, Neymar acredita que pode reviver esses números e lutar novamente pelo título da Champions.

A aposta é que o novo craque parisiense irá dividir com ele a atenção dos marcadores, impedindo que o brasileiro seja frequentemente cercado por três ou quatro adversários, algo que acontece rotineiramente no futebol francês.

Com Messi, Neymar também terá um companheiro de nível técnico mais apurado, muita visão de jogo e que pensa como armador (apesar de também ser um grande artilheiro). Assim, não precisará buscar tanto a bola lá atrás e poderá jogar mais próximo do gol, onde seus dribles, finalizações e passes precisos são capazes de fazer mais diferença.

Superado pelo Lille no Francês e derrotado nas semifinais da Liga dos Campeões na temporada passada, o PSG mergulhou com força nesta janela de transferências para montar um time capaz de ganhar tudo nesta temporada.

Além de Messi, também desembarcam em Paris o goleiro italiano Gianluigi Donnarumma (Milan), o veterano zagueiro espanhol Sergio Ramos (Real Madrid), o lateral direito marroquino Achraf Hakimi (Inter de Milão) e o meia holandês Georginio Wijnaldum (Liverpool).

Ainda sem contar com Neymar e com seu novo astro argentino, a equipe dirigida por Mauricio Pochettino venceu seus três primeiros compromissos na Ligue 1 (2 a 1 no Troyes e 4 a 2 contra Strasbourg e Brest) e é a única que ainda continua com 100% de aproveitamento na competição.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informado anteriormente, o PSG venceu o Troyes por 2 a 1 na Ligue 1 e não por 1 a 0. O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL