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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Intelectual, capitão da Itália tem mestrado e acha Felipe Melo "maçã podre"

Zagueiro Giorgio Chiellini é o capitão da Itália na Eurocopa - Getty Images
Zagueiro Giorgio Chiellini é o capitão da Itália na Eurocopa Imagem: Getty Images

11/06/2021 04h00

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A seleção italiana disputa hoje (a partir das 16h, de Brasília) a partida de abertura da Eurocopa, contra a Turquia, no estádio Olímpico de Roma, com seu sistema defensivo comandado por um capitão que é mestre.

Não, esse não é um elogio à capacidade de anular atacantes adversários ou à liderança exercida por Giorgio Chiellini. Trata-se apenas de uma constatação sobre a formação acadêmica do veterano de 36 anos.

Na contramão da maioria dos jogadores profissionais de futebol, que acabam deixando de lado os estudos para mergulhar na carreira esportiva, o defensor da Juventus e capitão da Azzurra encontrou um jeito de conciliar as duas atividades.

Mesmo com um calendário cheio de atividades futebolísticas, que inclui participações em duas Copas do Mundo e quatro edições da Euro, além de uma final de Liga dos Campeões, o italiano foi longe no mundo dos estudos.

Chiellini não se contentou em completar a graduação em economia e comércio. Depois de formado, ele retornou à Universidade de Turim para cursar um mestrado em administração de empresas.

O zagueiro encerrou o curso e obteve o título de mestre em 2017. Sua dissertação, um estudo de caso sobre o modelo de negócios da Juventus (clube que defende desde 2005) no mercado internacional, recebeu nota máxima.

"Eu já estava jogando na Serie B aos 19 anos, então eu não consegui estudar. Quando eu tive algum tempo livre, eu pensei: por que ficar só no Playstation? Eu queria fazer algo diferente e consegui concluir o curso de três anos em quatro anos, graças a um plano de estudo", explicou o jogador, no ano passado, durante uma live no Instagram.

Além de jogador de futebol e mestre em administração, o capitão da Itália na Euro também já entrou no mercado editorial. Sua autobiografia, escrita em parceria com o jornalista Maurizio Crosetti, foi lançada no ano passado e provocou polêmica.

Isso porque o defensor admitiu na publicação que construiu duas inimizades no mundo do futebol. Uma com o atacante Mario Balotelli, com quem fez as pazes publicamente há pouco tempo. A outra, com volante Felipe Melo, seu ex-companheiro na Juve, que hoje joga no Palmeiras.

"Balotelli é uma pessoa negativa, sem respeito pelo grupo. Na Copa das Confederações, em 2013, ele não nos ajudou com nada. Ele realmente mereceu um tapa. Um ainda pior era Felipe Melo: o pior dos piores. Sempre havia uma briga com ele. Eu disse aos treinadores: ele é uma maçã podre", diz trecho da autobiografia do zagueiro.

O brasileiro não gostou nada de ter sido citado pelo "inimigo" e tratou de respondê-lo logo depois que tomou conhecimento do livro. "Ele apenas tem um problema comigo porque eu dei uma cabeçada nele quando nós jogamos contra o Siena", afirmou.

Itália e Turquia estão no Grupo A da Euro e ainda terão Gales e Suíça como adversários na primeira fase. Os dois times que mais pontuarem em cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados, avançam para a reta final da competição.

O sucessor de Portugal no posto de campeão europeu de seleções será conhecido no dia 11 de julho. O estádio de Wembley, em Londres (Inglaterra), receberá a decisão.

Originalmente, o torneio era para ter sido disputado no meio do ano passado. No entanto, a pandemia da covid-19 fez com que ele fosse adiado em 12 meses.

A novidade desta edição é que não há uma sede fixa. Para comemorar os 60 anos do continental, a Uefa decidiu realizar a competição em 11 cidades espalhadas por 11 países diferentes (alguns que nem classificaram suas seleções).

Além de Itália e Inglaterra, sedes da primeira e da última partida, respectivamente, a Euro-2020 (sim, ela manteve esse nome mesmo com o adiamento da data) também passará por Azerbaijão, Dinamarca, Alemanha, Escócia, Espanha Hungria, Holanda, Romênia e Rússia.