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Rafael Reis

De Maradona a Rossi: relembre 7 ex-jogadores famosos que morreram em 2020

Diego Maradona foi uma das mortes mais impactantes de 2020 - Getty Images/Hulton Archive
Diego Maradona foi uma das mortes mais impactantes de 2020 Imagem: Getty Images/Hulton Archive

30/12/2020 04h00

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É difícil encontrar alguém que não tenha chorado a morte de um ente querido ou ídolo em 2020. A pandemia da Covid-19 engrossou as estatísticas já cotidianas de perdas e criou uma espécie de "ano do luto".

No mundo do futebol, não foi diferente. Ao longo dos últimos 12 meses, os fanáticos pelo esporte mais popular do planeta se despediram de nomes históricos, jogadores que ajudaram a construir a história da Copa do Mundo e de outros torneios importantes.

O "Blog do Rafael Reis" relembra abaixo sete ex-atletas famosos que morreram em 2020, mas que estão eternizados nos livros (e sites, gravações de transmissões, documentários e quaisquer outros tipos de registro) de história do futebol.

DIEGO MARADONA
Argentino
Morto aos 60 anos, em 25 de novembro

Um dos maiores nomes da história do futebol, ficou com fama de ter vencido "sozinho" a Copa do Mundo de 1986 pela seleção argentina e protagonizou alguns dos lances mais emblemáticos dos Mundiais em todos os tempos, como seus dois gols contra a Inglaterra (um deles, a célebre "Mano de Diós"). Tratado como divindade na Argentina, onde chegaram a levantar uma igreja em sua homenagem, Don Diego teve um longo histórico de luta contra a dependência química e foi inúmeras vezes internado por problemas de saúde neste século. No começo de novembro, passou por uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro. No fim do mês, quando já estava em casa e se recuperava da intervenção, sofreu uma parada cardiorrespiratória que foi fatal. Seu velório em Buenos Aires mobilizou mais de um milhão de pessoas e terminou em confusão.

PAPA BOUBA DIOP
Senegalês
Morto aos 42 anos, em 29 de novembro

Papa Bouba Diop - Neal Simpson - EMPICS/Getty Images - Neal Simpson - EMPICS/Getty Images
Imagem: Neal Simpson - EMPICS/Getty Images

Protagonista de uma das maiores zebras das Copas do Mundo disputadas neste século, foi Bouba Diop o autor do gol da vitória do estreante Senegal sobre a então campeã França na abertura da competição em 2002. Esse foi o maior momento da carreira do volante, que passou a maior parte da trajetória nos gramados atuando no futebol inglês (Fulham, Portsmouth, West Ham e Birmingham). Aposentado desde 2013, Bouba Diop tinha uma doença degenerativa chamada esclerose lateral amiotrófica, popularmente conhecida como ELA, e morreu em Paris, capital francesa.

ROB RENSENBRINK
Holandês
Morto aos 72 anos, em 24 de janeiro

Rob Rensenbrink - Peter Robinson/PA Images via Getty Images - Peter Robinson/PA Images via Getty Images
Imagem: Peter Robinson/PA Images via Getty Images

Participou de duas finais de Copas do Mundo (1974 e 1978), mas foi derrotado em ambas. Também foi terceiro colocado na Euro-1976. Apesar de não ser tão famoso quanto Johan Cruyff, Rensenbrink também era essencial para que o Carrossel Holandês funcionasse, tanto que foi escolhido para integrar a seleção dos dois Mundiais que disputou. Curiosamente, Rob pouco jogou na Holanda. O meia-atacante passou a maior parte da carreira na Bélgica, onde defendeu Brugge e Anderlecht. Em 2012, Rensenbrink descobriu que sofria de atrofia muscular progressiva, uma doença degenerativa bastante semelhante à ELA. Em janeiro, morreu em decorrência da evolução dessa condição.

VALDIR ESPINOSA
Brasileiro
Morto aos 72 anos, em 27 de fevereiro

Valdir Espinosa - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Mais conhecido pela carreira de treinador, cujo ponto mais alto foi a conquista da Libertadores e do Mundial Interclubes de 1983, pelo Grêmio, Espinosa foi lateral direito durante a década de 1970 e defendeu equipes como CSA, CRB e Vitória, além da equipe tricolor do Rio Grande do Sul. A última incursão do ex-jogador e treinador no mundo esportivo foi no Botafogo. Em dezembro do ano passado, ele foi anunciado como gerente de futebol do clube. Espinosa permaneceu no cargo até sua morte, provocada por complicações de uma cirurgia malsucedida no abdômen. Na época, o gaúcho de Porto Alegre estava sendo submetido a um tratamento para câncer no intestino.

ALEJANDRO SABELLA
Argentino
Morto aos 66 anos, em 8 de dezembro

Alejandro Sabella - AFP PHOTO/PEDRO UGARTE - AFP PHOTO/PEDRO UGARTE
Imagem: AFP PHOTO/PEDRO UGARTE

Assim como Espinosa, é muito mais lembrado pelo que fez como treinador (campeão da Libertadores com o Estudiantes em 2009 e vice da Copa de 2014, pela seleção argentina) do que pela carreira nos gramados. Mas Sabella teve ótimos momentos como meio-campista: ganhou cinco títulos nacionais (na soma das passagens por River Plate e Estudiantes), defendeu o Grêmio e foi um dos pioneiros sul-americanos na Inglaterra, onde jogou por Sheffield United e Leeds. Depois que deixou o comando da seleção de Messi, em 2014, Sabella não voltou mais a trabalhar. Cardíaco, ele também foi submetido a tratamento quimioterápico por causa de um câncer de laringe. O argentino morreu no começo do mês em decorrência dos problemas no coração.

NORMAN HUNTER
Inglês
Morto aos 76 anos, em 17 de abril

Norman Hunter (Leeds United) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A pandemia também vitimou ex-jogadores de futebol. Talvez o mais expressivo deles tenha sido o ex-zagueiro Norman Hunter, campeão mundial com a seleção inglesa em 1966 e terceiro colocado na Euro que foi disputada dois anos mais tarde. O ex-defensor é um dos maiores ídolos da história do Leeds United, time que defendeu durante 14 temporadas e pelo qual disputou 726 partidas oficiais (é o quarto jogador que mais vestiu a camisa do clube). Hunter também estava em campo no maior momento já vivido pelo Leeds: a final da Liga dos Campeões (então Copa Europeia) de 1975, quando os ingleses foram derrotados pelo Bayern de Munique.

PAOLO ROSSI
Italiano
Morto aos 64 anos, em 09 de dezembro

Paolo Rossi - AFP                             - AFP
Imagem: AFP

Algoz do Brasil na Copa de 1982, marcou os três gols italianos na histórica "Tragédia do Sarriá" e terminou o Mundial com o título e o troféu de artilheiro. Rossi também foi goleador do Campeonato Italiano (1978, pelo Vicenza) e da Liga dos Campeões da Europa (1983, com a Juventus). Um dos grandes atacantes da história do Calcio, dedicou-se depois da aposentadoria às carreiras de comentarista esportivo e produtor de vinho e azeite de oliva. Rossi passou os últimos meses de sua vida lutando contra um câncer de pulmão e sofreu um mal súbito no começo do mês.