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Rafael Reis

Herói da Copa-2014 vira sócio de Tyson e quer ganhar dinheiro com maconha

Mario Götze, autor do gol do último título mundial da Alemanha, agora investe em cannabis - Divulgação
Mario Götze, autor do gol do último título mundial da Alemanha, agora investe em cannabis Imagem: Divulgação

08/12/2020 04h00

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Autor do gol que deu o tetracampeonato mundial à seleção alemã em 2014, Mario Götze ainda tem apenas 28 anos e possivelmente ainda terá uma porção generosa de temporadas pela frente até anunciar sua aposentadoria dos gramados.

Mesmo assim, o meia-atacante do PSV Eindhoven já está pensando no pós-carreira e montando um portfólio de investimentos que lhe permita continuar ganhando um bom dinheiro depois que pendurar as chuteiras.

Na semana passada, o Grupo Sanity, uma empresa alemã que cria produtos medicinais a partir da manipulação da cannabis (mesma planta da maconha), confirmou que o herói do tetra se tornou um dos seus investidores.

Com isso, Götze se juntou a uma série de outros famosos que resolveram colocar dinheiro na startup, como seus antigos companheiros de seleção Dennis Aogo e André Schürrle, a cantora de jazz Stefanie Schlesinger e o líder da banda Black Eyed Peas, Will.i.am.

O empreendimento, que já arrecadou cerca de 22 milhões de euros (R$ 136 milhões), tem também como sócios dois dos maiores pesos pesados da luta pela legalização da maconha e da comercialização produtos à base de cannabis: Snoop Dogg e Mike Tyson.

O rapper e o pugilista são usuários assumidos da droga, cujo uso recreativo é legalizado em algumas partes dos Estados Unidos e da Europa, ganham dinheiro com ela e são importantes ativistas da causa.

No mês passado, o cantor fumou no palco durante o show que realizou no evento que marcou a volta de Tyson aos ringues. O multicampeão de boxe também deu uma entrevista em que contou que utilizou a erva antes de enfrentar Roy Jones Jr.

Ao contrário dos astros ativistas e agora sócios, Götze jamais se declarou usuário de maconha e nem testou positivo em nenhum dos vários exames antidoping a que foi submetido durante a carreira.

O alemão despontou como candidato a craque do primeiro escalão mundial no começo da década. Depois de ser duas vezes campeão nacional e chegar à decisão da Champions com o Borussia Dortmund, acabou se transferindo em 2013 para o Bayern de Munique.

Mas o que era para ser o auge da carreira de Götze acabou se transformando em uma curva de decadência em alta velocidade.

Com uma série de problemas físicos e dores que prejudicavam o seu desempenho em campo, o atacante jamais conseguiu se firmar no Bayern e acabou devolvido ao Dortmund três anos depois. O gol marcado contra a Argentina na prorrogação da final da Copa do Mundo-2014 foi um raro momento de felicidade naquela época.

Só depois que voltou a vestir o uniforme aurinegro que Götze descobriu o que estava de errado com ele. O alemão descobriu que sofria de miopatia metabólica, doença muscular responsável por enfraquecer os membros do corpo, e chegou a cogitar uma aposentadoria precoce.

Mesmo depois de curado, ele continuou sofrendo com excesso de lesões e dificuldade para atuar durante 90 minutos. Ao término da temporada passada, quando seu contrato com o Dortmund chegou ao fim, não lhe foi apresentada nenhuma proposta de renovação.

E, então, Götze se mandou para a Holanda. No PSV, ao contrário do que acontecia nos seus anos finais na Alemanha, ele tem sido titular sempre que seu corpo permite. Até o momento, o atacante já disputou nove partidas e marcou quatro gols em seu novo clube.

O próximo compromisso do autor do gol do último título mundial da Alemanha é nesta quinta-feira, contra o Omonia Nicósia, do Chipre. Os holandeses já estão classificados para os mata-matas da Liga Europa, mas precisam vencer para terem chance de terminar como líderes do grupo.