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Rafael Reis

5 times que gastaram como nunca na recém-encerrada janela de transferências

Jorge Jesus é técnico do Benfica, um dos clubes gastões desta temporada - Jose Manuel Alvarez/Quality Sport Images/Getty Images
Jorge Jesus é técnico do Benfica, um dos clubes gastões desta temporada Imagem: Jose Manuel Alvarez/Quality Sport Images/Getty Images

09/10/2020 04h20

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A janela de transferências da temporada 2020/21 movimentou 40% menos dinheiro que no ano passado e foi simplesmente a menor edição do Mercado da Bola do verão no Hemisfério Norte desde 2015.

A culpa, é claro, foi da pandemia de coronavírus (Covid-19), que paralisou campeonatos no mundo inteiro, tirou os torcedores dos estádios, atrapalhou as finanças dos clubes e fez com que faltasse grana para se investir em novos jogadores.

Mas essa regra não valeu para todo mundo. Algumas poucas equipes driblaram as limitações econômicas impostas pela proliferação do vírus e gastaram como nunca antes haviam feito em suas existências.

O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo cinco clubes de países importantes do futebol europeu que quebraram seus recordes de investimento na recém-encerrada janela de transferências.

LEEDS UNITED (ING)
Novo recorde: 106,8 milhões de euros
Recorde anterior: 53,2 milhões de euros (2000)

Raphinha - Reprodução / Instagram - Reprodução / Instagram
Imagem: Reprodução / Instagram

De volta à elite do futebol inglês depois de 16 anos, a equipe dirigida por Marcelo Bielsa não se preocupou em economizar. Para fazer bonito frente a alguns dos clubes mais poderosos do planeta, o Leeds simplesmente pulverizou seu recorde anterior de maior janela de transferências da história, que datava da virada do século, época em que era uma das potências da Premier League e em que chegou a disputar a Liga dos Campeões. Oito reforços desembarcaram em Elland Road. O brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo Moreno, o mais caro deles, custou 30 milhões de euros (R$ 198 milhões), valor jamais pago antes pelo clube por um novo jogador.

BENFICA (POR)
Novo recorde: 98,5 milhões de euros
Recorde anterior: 63,5 milhões de euros (2019)

De volta a Portugal, Jorge Jesus sonhava em comandar um time com Edinson Cavani no ataque e vários jogadores que havia dirigido no Flamengo para fazer companhia ao uruguaio. Esse desejo não foi realizado. Mas o treinador não pode reclamar de falta de investimento da diretoria do Benfica. Sozinho, o clube de Lisboa foi responsável por mais de 67% de todo o dinheiro gasto na contratação de jogadores pela primeira divisão portuguesa nesta temporada. O novo Benfica tem apostas vindas do Brasil, como Everton Cebolinha (Grêmio) e Pedrinho (Corinthians), além de uma zaga acostumada a jogar no primeiro escalão da Europa: Nicolás Otamendi (Manchester City) e Jan Vertonghen (Tottenham).

RENNES (FRA)
Novo recorde: 71 milhões de euros
Recorde anterior: 60,1 milhões de euros (2019)

Jérémy Doku (Rennes) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Sabe quando você é convidado pela primeira vez para um evento chique e vai às compras para aparecer super elegante por lá? É exatamente isso que o Rennes fez nesta janela de transferências. Com a classificação inédita para a fase de grupos da Liga dos Campeões, o líder do Campeonato Francês se encheu de boas novas opções, como o meia-atacante belga Jérémy Doku, o meia Martin Terrier e o zagueiro italiano Daniele Rugani. Mas o melhor "reforço" para a Champions foi a manutenção por pelo menos mais alguns meses do camisa 10 Eduardo Camavinga, que só tem 17 anos, mas já defende a seleção francesa e está na mira de vários gigantes europeus, como Real Madrid e Bayern de Munique.

LORIENT (FRA)
Novo recorde: 26,5 milhões de euros
Recorde anterior: 11,1 milhões de euros (2011)

Adrian Grbic (Lorient) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Assim como aconteceu com o Leeds, Lorient é outro time que retorna à elite do seu país nesta temporada e que, por isso, resolveu gastar como nunca. Apesar de a cifra de 26,5 milhões de euros (R$ 175 milhões) nem ser tão expressiva assim no cenário internacional, ela é muito dinheiro para o atual campeão da Ligue 2 francesa. Antes da atual temporada, a equipe nunca havia investido mais de 11,1 milhões de euros (R$ 73,2 milhões) em uma única janela. O reforço mais caro para esse retorno à primeira divisão foi o atacante austríaco Adrian Grbic, que custou 9 milhões de euros (R$ 59,4 milhões).

ALMERÍA (ESP)
Novo recorde: 22,1 milhões de euros
Recorde anterior: 21 milhões de euros (2019)

Turki Al-Sheikh, dono do Almería - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O clube tem um dono todo endinheirado, o saudita Turki Al-Sheikh, e só não investe ainda mais em reforços porque não tem receita suficiente comprovada para justificar gastos tão altos no rígido modelo de Fair Play Financeiro existente no futebol espanhol. Mas o magnata proprietário do Almería faz o que pode. Depois de quebrar o recorde de investimento na temporada passada e não conseguir o acesso para a primeira divisão da Espanha, "dobrou a aposta" e colocou ainda mais dinheiro na mesa. Entre empréstimos, jogadores que estavam sem contratos e atletas que tiveram seus direitos econômicos adquiridos, nada menos que 21 caras novas desembarcam no clube para outra tentativa de voltar à elite.