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Rafael Reis

Com coronavírus "sob controle", China já planeja retorno do futebol

Hulk, do Shanghai SIPG, é uma das estrelas do Campeonato Chinês - AFP
Hulk, do Shanghai SIPG, é uma das estrelas do Campeonato Chinês Imagem: AFP

19/03/2020 04h00

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País que deu origem à pandemia do novo coronavírus, a China começa a vislumbrar o fim da sua crise sanitária. E a prova disso é que a nação mais populosa do planeta voltou a pensar em futebol.

De acordo com o jornal inglês "Daily Mail", a temporada 2020 da Superliga chinesa, o campeonato nacional mais rico e badalado do continente asiático, já tem data para começar: 18 de abril.

A competição, que reúne vários jogadores com passagem pela seleção brasileira, como Miranda, Paulinho, Oscar e Hulk, tinha início previsto para 22 de fevereiro. No entanto, precisou ser adiada por tempo indeterminado devido à proliferação do covid-19.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), mais de 81 mil chineses tiveram a doença provocada pelo coronavírus, que provocou até o momento cerca de 3.200 mortes por lá.

Só que, ao contrário do que tem acontecido na Europa e nas Américas, que vêm registrando seguidos aumentos no número de casos, o pico da pandemia parece já ter ficado para trás no território chinês.

Ontem (18), o país registrou "apenas" 39 contaminações, uma marca digna de comemoração para quem chegou a contabilizar quase 4 mil novos infectados por dia durante o auge da crise, no mês passado.

Com a redução do problema sanitário na China e a proliferação da pandemia no restante do clube, os times que "fugiram" do país e fizeram pré-temporada no exterior estão voltando para casa.

O Wuhan Zall, time da cidade onde o covid-19 foi registrado pela primeira vez e que permaneceu por um bom tempo como epicentro da pandemia, desembarcou no final da semana passada na China, depois de passar dois meses treinando na Espanha.

O atacante Hulk (Shanghai SIPG) e o meia-atacante Róger Guedes (Shandong Luneng), que haviam sido liberados por seus clubes para ficarem no Brasil durante o momento mais crítico do problema sanitário, já foram chamados de volta.

Todos eles ficarão de quarentena por 14 dias para evitar que tragam o vírus novamente para a China e iniciem uma nova onda de propagação. O objetivo é impedir a repetição de situações como a do atacante brasileiro Dori, do Meizhou Hakka, da segunda divisão, que foi confirmado ontem com a doença depois de retornar da Tailândia.

Mesmo com o caso positivo para o covid-19, o clima de otimismo impera no futebol chinês, e a previsão de início da nova temporada para o próximo mês está mantida.

Também ontem, Hong Kong, território autônomo que fica no sudeste da China, reiniciou sua liga nacional. Ainda sem presença de público, o Lee Man Warriors venceu por 2 a 1 o Kitchee. Jogos das copas já vinham sendo disputados nas últimas semanas.

O Guangzhou Evergrande, dos brasileiros Paulinho, Talisca, Fernandinho, Alan e Aloísio, e de Elkeson, que se naturalizou chinês, venceu oito das nove últimas temporadas da Superliga e também é o atual campeão nacional.

A pandemia do novo covid-19 começou na China, mais ou menos na virada do ano, mas já se espalhou por todos os continentes. Até ontem, a OMS confirmava mais de 190 mil casos da doença em mais de 150 países. Os mortos já haviam passado de 7.800.