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ReportagemEsporte

Corinthians diz que Bertolucci cobra R$ 2,1 milhões a mais por empréstimo

O Corinthians contesta a cobrança de R$ 24.570.561,19 feita pelo empresário Giuliano Bertolucci na Justiça. A dívida se refere a um empréstimo concedido pelo agente.

O Alvinegro alega no processo que Bertolucci não apresentou dados completos sobre a evolução da dívida, que começou com R$ 6 milhões emprestados em 2017. Roberto de Andrade era o presidente corintiano na ocasião. A alegação do clube é de que não foi apresentada a atualização mensal do débito desde o início.

A agremiação ainda diz que, se forem consideras as contas do empresário, há cobrança em excesso. Seriam R$ 2.106.885,52 cobrados a mais.

As alegações estão em embargos à execução (ferramenta jurídica para se opor à cobrança) com pedido de efeito suspensivo apresentados na última segunda (24) pela defesa do Corinthians.

Sob o argumento de que não foi apresentada uma planilha de cálculo que "possibilite a compreensão sobre a origem e a evolução da dívida", o Alvinegro pede a extinção do processo, precedida de efeito suspensivo.

Caso a execução não seja extinta, os advogados do Corinthians solicitam que seja reconhecido que estão sendo exigidos em excesso cerca de R$ 2,1 milhões. Assim, a dívida atualizada seria de R$ 22.463.675,67.

O valor a mais, segundo a alegação corintiana, é resultado de juros compostos (cobrança de juros sobre juros). Os defensores do Corinthians escreveram que tal procedimento "não é permitido no ordenamento jurídico brasileiro, exceção feita às instituições financeiras".

A suspensão da ação de execução é pedida pelo Corinthians em obediência à liminar obtida pelo clube no final do ano passado no processo em que foi solicitado o RCE (Regime Centralizado de Execuções). Foi determinada a suspensão de todas as cobranças judiciais contra o clube. Isso pelo menos até a Justiça decidir se homologa o plano do Corinthians para pagar R$ 367 milhões em dívidas.

Em 21 de janeiro, o juiz Fábio Rogério Bojo Pellegrino havia determinado a citação do Alvinegro para pagar em três dias o montante cobrado pelo empréstimo.

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Na lista de débitos exibida pelo clube no RCE, Bertolucci aparece como maior credor, com aproximadamente R$ 78,2 milhões. O agente e sua empresa entraram no início de 2025 com cinco ações de cobrança contra o Alvinegro na Justiça.

A coluna enviou mensagem para Bertolucci sobre as alegações corintianas no processo. Ele não respondeu até a conclusão deste post. O espaço segue aberto para sua manifestação.

André Oliveira de Meira Ribeiro, advogado do agente na ação, preferiu não se manifestar. Essa também foi a postura de Vinicius Cascone, diretor jurídico do Corinthians.

A coluna apurou que Bertolucci e sua defesa não discordam do RCE como ferramenta para o Corinthians pagar suas dívidas. Porém, o modelo apresentado no plano de pagamento será discutido por eles dentro do processo. O clube espera quitar o débito com todos os credores em até dez anos.

O empréstimo

No processo, Bertolucci aponta que, em 7 de abril de 2017, emprestou R$ 6 milhões ao Corinthians.

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Ficou combinado que o dinheiro seria devolvido até 8 de maio do mesmo ano. O empresário deveria receber mais R$ 90 mil como juros e correção monetária.

O clube pagou R$ 1,3 milhão. Em 11 de maio de 2018 foi firmado novo acordo. A agremiação se comprometeu a pagar R$ 6,1 milhões em 24 parcelas.

Ainda de acordo com o que o agente apresentou à Justiça, o débito aumentou porque, em 29 de dezembro de 2020, o Corinthians pegou mais R$ 2 milhões emprestados com Bertolucci. A quitação deveria ser feita de uma só vez em fevereiro de 2021.

A inadimplência continuou. Em 22 de novembro de 2021 foi selada a repactuação da dívida. O documento, assinado por Duilio Monteiro Alves, presidente na ocasião, registra que o débito já estava em cerca de R$ 16,2 milhões. Desta vez, ficou combinado o pagamento em 24 parcelas de R$ 675,1 mil. Os advogados do empresário sustentam na ação que o clube pagou apenas as duas primeiras prestações.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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