Oposição do SPFC celebra veto à mudança que dobraria mandato de conselheiro
Os sócios do São Paulo rejeitaram no sábado (27) um pacote de 39 mudanças no estatuto do clube. O resultado foi festejado pela oposição, que trabalhou contra a aprovação por entender que ela seria maléfica.
A disputa, porém, foi apertada. Foram 639 votos contrários às alterações e 554 favoráveis. As novidades tinham sido aprovadas pelo Conselho Deliberativo (CD).
A alteração mais combatida dobraria o mandato dos conselheiros eleitos de três para seis anos. A assembleia geral para a escolha dos membros do Conselho Deliberativo passaria a acontecer a cada seis anos, como previa o estatuto antigo.
No São Paulo, o associado não vota diretamente para presidente. Os sócios escolhem os conselheiros, que elegem o principal dirigente do clube.
A proposta rejeitada mantinha o mandato presidencial em três anos. Assim, os conselheiros eleitos votariam duas vezes para a presidência. Em tese, a reeleição do presidente ficaria mais fácil, já que não haveria mudança non CD que o elegeu.
Se fosse aprovada, a mudança não valeria para os conselheiros atuais. Vale lembrar que o presidente Julio Casares não tem direito a mais uma reeleição.
A oposição considerou a proposta antidemocrática. Flavio Marques, do grupo Tradição, foi um dos principais defensores do voto contra a aprovação.
O conselheiro considerava que a alteração resultaria num virtual mandato de seis anos para os futuros presidentes.
Marques havia classificado a proposta como "contrária aos objetivos de democratização do clube".
O documento oficial com as sugestões de alteração estatutária justificava assim a mudança:
"Entende-se que a realização de Assembleias Gerais Ordinárias a cada três anos não tem sido proveitosa,
necessitando-se de um intervalo maior entre cada assembleia para que os ambientes político e administrativo se estabilizem, da mesma forma que o novo prazo de mandato para os Conselheiros permitirá maior acúmulo de experiencias e melhor formação.
Para Marcelo Abranches Pupo Barboza, presidente da Comissão Extraordinária de Revisão do Estatuto Social, não havia nada de antidemocrático na proposta, nenhum direito estava sendo retirado e nenhum privilégio estava sendo concedido.
"Eu entendo que o comando estatutário de se fazer uma revisão foi atendido, apresentando propostas sobre pontos que acreditamos que devem evoluir. Porém, o espírito do estatuto que redigimos em 2017 deu ao associado a decisão final, e isso é o mais importante", disse Barboza sobre o resultado da votação.
Diretoria
Outra alteração polêmica que foi rejeitada previa que o presidente poderia indicar sócios e conselheiros do clube para auxiliarem na gestão de forma não remunerada como diretores e adjuntos institucionais.
Para a oposição essa mudança iria contra a profissionalização do clube, favorecendo as relações políticas.
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Quero receberVale lembrar que, hoje, o São Paulo tem um conselheiro que é diretor de futebol não remunerado. Trata-se de Carlos Belmonte. A posição oficial do São Paulo é de que não há irregularidade na situação dele.
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