O que se diz no Corinthians da apuração policial sobre suposta 'laranja'?
O que se diz no Corinthians sobre a investigação iniciada pela Polícia Civil envolvendo a intermediária do contrato entre o clube e a VaideBet?
A avaliação interna é de que o trabalho policial prejudica mais a imagem do Alvinegro ou será benéfico para poder esclarecer o caso?
A coluna ouviu dirigentes e conselheiros sobre a polícia investigar a suspeita de que a intermediadora (Rede Social Media Design) fez transferências para uma empresa em nome de uma mulher supostamente usada como laranja. Isso depois de receber R$ 1,4 milhão do clube como parte da prometida comissão de R$ 25,2 milhões.
A coluna também tentou ouvir Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, mas ele não respondeu à mensagem enviada. Rubão sustenta ter ouvido do presidente Augusto Melo que o dirigente tinha tocado a negociação sem intermediário.
A seguir, leia o que um vice-presidente, dois presidentes de órgãos internos do clube, um ex-presidente e outros personagens importantes na política corintiana disseram sobre a investigação policial.
Entendo ser de vital importância a investigação patrocinada pela autoridade policial para apuração de eventuais ilícitos. Para a atual diretoria do Corinthians, o que interessa é a verdade e, por conta disso, todo e qualquer esclarecimento será de suma importância. Ainda, embora não vislumbre ilicitudes internas do clube, sempre é importante apurarmos as condutas de nossos parceiros Armando Mendonça, 2° vice-presidente do Corinthians
Para o Corinthians, isso é excelente. Se algo for encontrado de irregular ou ilegal, o Conselho Deliberativo, além das medidas internas que já estão sendo adotadas, poderá encaminhar outras face ao que por ventura a polícia encontre. Caso haja irregularidade e/ou ilegalidade referente ao intermediário que encontra-se oficialmente no contrato, o clube poderá excluí-lo e cobrar eventuais prejuízos. Se aparecer colaborador do clube no negócio de forma irregular, ele será punido. Se nada houver, o assunto acaba. Toda a transparência é muito positiva para o Corinthians e para quem o ama. Essa medida da polícia, agindo por conta, própria deveria ocorrer em vários outros casos em que a sociedade muitas vezes cobra das autoridades ou mesmo já cobrou. A polícia está de parabéns. Que sirva de exemplo e que seja uma medida recorrente. Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo
A Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo está fazendo suas apurações. Com tantas notícias sobre o caso, é normal que a polícia investigue. Essa investigação vai ser útil para o Corinthians. Se ficar provado que alguém do clube fez algo errado, [o responsável] poderá ser expulso. E o Corinthians poderá tomar medidas na Justiça para ser ressarcido, se for o caso. Que se apure logo e que o clube se livre disso, é algo que prejudica a imagem do Corinthians. Miguel Marques e Silva, presidente do Cori (Conselho de Orientação)
Eu não sei se é verdade [a transferência de dinheiro da intermediadora para uma empresa em nome de 'laranja'], mas é melhor esclarecer logo porque acabam as conversas André Luiz Oliveira, candidato à presidência derrotado na última eleição
A situação chegou num ponto em que é absolutamente necessário que seja esclarecido como chegou na negociação esse Alex Cassundé [dono da intermediadora]. É sabido que é uma situação complexa porque envolve muito dinheiro. Seria ótimo a polícia esclarecer o que aconteceu. Seria ótimo para o clube. O próprio clube deveria lutar para esclarecer. Antônio Roque Citadini, conselheiro vitalício, ex-companheiro de chapa de Augusto, mas que votou em André Luiz
Lamento muito que o Corinthians tenha que ser discutido externamente, pois o correto seria resolver os problemas nos órgãos competentes do clube. Como a situação chegou nesse nível, a melhor opção é uma investigação policial para que tudo seja apurado e esclarecido. Se existirem culpados, que sejam punidos exemplarmente. Fran Papaiordanou, um dos líderes do grupo União dos Vitalícios, da base de apoio ao presidente Augusto Melo
A Presidência do Conselho deliberativo vem se notabilizando por não deixar sem resposta nenhuma solicitação formulada de forma adequada. Nesse compasso, reputo importante que os fatos noticiados pela imprensa sejam aclarados em definitivo. Considero que a investigação é salutar e espero que seja muito bem conduzida pelas autoridades responsáveis. Da mesma forma, espero que os conselheiros demonstrem a maturidade e independência necessárias, quando forem instados a se pronunciar, exatamente como tem de ser Herói Vicente, ex-diretor jurídico
Se o clube, através do Conselho Deliberativo, já tivesse iniciado as apurações no âmbito de seus órgãos competentes, vale dizer, Conselho e Comissão de Ética, talvez a Policia Civil não iniciasse, de ofício, sua apuração. Mas o presidente do Conselho vem se utilizando de todas as manobras para retardar as medidas cabíveis para o início dos trabalhos, como, por exemplo, convocar a reunião específica do Conselho para analisar o contrato da VaideBet, uma vez que recebeu um requerimento contendo mais de 70 assinaturas de Conselheiros, sendo o mínimo necessário de 50 assinaturas. O prazo que ele tem para convocar o Conselho é de até 30 dias, que se esgota no próximo dia 10/06. O Tuma fica procurando pequenas querelas de anomalias no documento para invocar possível não convocação, quando, na verdade, bastam 50 assinaturas pedindo a reunião para tratar do assunto específico. Ele está blindando o Augusto com subterfúgios inconsistentes, inclusive enchendo a pauta passada de itens insignificantes, enquanto o clube sangra. É de extrema importância que se apure todas as denúncias para que possamos virar essa página triste de nossa história, limpando nosso nome. Os fatos estão prejudicando a imagem do clube. Sem apurá-los, a hemorragia não termina nunca. Errou? Sim ou não? Se sim, o que ocorreu, seus culpados e a pena. Se não errou, ótimo, vida que segue. Inadimissivel é não apurar Mário Gobbi, ex-presidente do Corinthians, atualmente membro da oposição
Nota da coluna - Tuma Jr. se pronunciou assim sobre as críticas feitas por Gobbi a ele:
"O plenário reconheceu que todas as providências que estamos tomando estão em absoluto acordo com o que foi requerido, só que alguns conselheiros, além de não lerem o que escreveram, não ficaram até o fim da reunião para ouvir minhas explicações nem para fazer perguntas."
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