Oposição do Palmeiras avalia que retaliações de Leila estimulam união
Conselheiros oposicionistas do Palmeiras avaliam que as retaliações impostas contra eles por Leila Pereira ajudam a unir a oposição alviverde. Historicamente, o grupo é dividido em alas com diferenças difíceis de serem superadas.
Além da união, existe o entendimento de que as medidas da presidente contra o grupo geraram descontentamento entre parte dos situacionistas, o que pode fazer com que eventuais dissidentes embarquem na oposição.
Em setembro, Leila passou a cortar benefícios em relação a ingressos de conselheiros que assinaram requerimento pedindo explicações sobre a relação de sua companhia aérea com o clube.
Eles deixaram de ter, entre outros privilégios relacionados aos bilhetes, uma entrada gratuita por jogo, tradicionalmente dada a todos os membros do Conselho Deliberativo.
No início de outubro, os signatários do documento sobre o avião ficaram de fora da lista de convidados para a inauguração do busto do ex-jogador palmeirense César Maluco.
O entendimento dos oposicionistas é de que as medidas contra eles uniram a oposição em torno de uma causa em comum: evitar o que chamam de escalada ditatorial no clube.
As reuniões oposicionistas têm sido mais frequentes. Grupos que não vinham se encontrando se reaproximaram, pois as atividades juntam diferentes correntes políticas. O clima é de trégua em relação a antigas divergências.
Nas palavras de um dos conselheiros ouvidos pela coluna, a oposição, além de aumentar, parou de se dividir, com isso vai se unir nas convergências.
Os relatos também são de que situacionistas têm procurado líderes da oposição para demonstrar desconforto com as retaliações praticadas por Leila.
Uma demonstração de fortalecimento do grupo foi o aumento de assinaturas registrado em novo requerimento entregue ao presidente do Conselho Deliberativo, Alcyr Ramos da Silva Júnior, sobre as retaliações.
A peça foi assinada por 43 conselheiros, o que representa aumento de 65% em relação ao documento que cobrava explicações sobre a relação entre a Placar Linhas Aéreas, companhia da presidente alviverde, e o Palmeiras.
Oposicionistas também demonstraram terem o mesmo foco ao fazerem cobranças semelhantes e duras a Leila na reunião do Conselho Deliberativo na última segunda (23).
O posicionamento oficial do Palmeiras sobre o corte de benefícios para os opositores em relação às entradas é o seguinte: "a disponibilização de ingressos para conselheiros é uma liberalidade da gestão; não é, portanto, uma obrigação, tampouco um direito".
Em recente entrevista coletiva, Leila se manifestou assim sobre as retaliações aos opositores:
"Antes desse questionamento [sobre a companhia aérea] vir para mim, ele estava na imprensa. Não vou ficar dando benefícios, atenção para pessoas que não querem construir. Não é porque é da oposição [que não vai dar ingresso], é porque eles querem destruir a nossa gestão e nós não vamos deixar. Eu não sou uma pessoa vingativa, em hipótese alguma, mas não sou palhaça".
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