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Justiça manda soltar sem fiança torcedor do Boca denunciado por racismo

Corintiana protesta contra racismo em jogo com o Boca Juniors  -  PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
Corintiana protesta contra racismo em jogo com o Boca Juniors Imagem: PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

15/07/2022 20h14

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A Justiça de São Paulo determinou a soltura do único torcedor do Boca Juniors que continuava preso após ser acusado de praticar ato racista contra corintianos na Neo Química Arena, no último dia 28. José Rolambo Lisa Ragga foi dispensado de pagar fiança de R$ 20 mil. O juiz Fabrício Reali Zia entendeu que o argentino comprovou não ter como fazer o pagamento.

Ragga estava preso desde a primeira partida entre as equipes pelas oitavas de final da Libertadores. Outros dois torcedores do Boca detidos na mesma noite pagaram fiança de R$ 20 mil e foram liberados no dia seguinte.

A decisão é da última quarta (13) e foi publicada no Diário Oficial de Justiça nesta sexta (15). Ela precisou ser corrigida porque a primeira versão trazia o nome de outro torcedor do Boca.

O magistrado escreveu que diante da comprovação de que o acusado "não possui condições financeiras de arcar com a fiança arbitrada em R$ 20 mil, bem como da liberação provisória dos demais investigados, os quais já pagaram a referida quantia, anoto não ser possível criminalizar a pobreza do acusado, tampouco mantê-lo sob custódia cautelar em virtude da liberdade já concedida aos demais indiciados".

A Defensoria Pública havia pedido a dispensa da fiança afirmando que não poderia haver criminalização da pobreza.

"Desse modo, dispenso o recolhimento da fiança arbitrada e concedo a liberdade provisória ao indiciado", concluiu o juiz.

Ragga foi denunciado por racismo pelo Ministério Público, apesar de, antes, ter sido autuado por injúria racial. O MP também denunciou por racismo os torcedores do Boca Sebástian Palazzo, que afirmou em depoimento.ser dirigente do time argentino, e Frederico José Ruta.