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OPINIÃO

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Estatísticas ajudam a entender posição de VP sobre Róger Guedes

Róger Guedes durante conversa com Vítor Pereira no CT Joaquim Grava  - Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians
Róger Guedes durante conversa com Vítor Pereira no CT Joaquim Grava Imagem: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

26/05/2022 04h00

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Entre as explicações que deu para a perda de espaço de Róger Guedes no Corinthians, Vítor Pereira afirmou que o atacante precisa dar a resposta em campo com compromisso defensivo para a equipe não se desequilibrar.

As estatísticas ajudam a ilustrar a fala do comandante corintiano. De acordo com o site Footstats, Guedes participou de seis jogos do time no Brasileirão e não fez nenhum desarme. Na Libertadores foram três atuações. Todas sem efetuar desarmes.

Não por coincidência, companheiros do atacante mais aproveitados ultimamente mostram outro nível de eficiência na marcação.

Willian é um ótimo exemplo. Ele fez cinco desarmes em sete jogos do Brasileirão e desarmou três vezes adversários em cinco atuações na Libertadores.

Outras comparações interessantes são com os meias-atacantes Adson e Mantuan, muito prestigiados pelo treinador.

Adson contabiliza dez desarmes em quatro jogos pelo Brasileirão e duas presenças em partidas e um adversário desarmado na Libertadores.

Por sua vez, Mantuan acumula sete desarmes em sete participações no Brasileirão e três desarmes em quatro jogos da Libertadores.

Você pode estar pensando: "atacante tem que fazer gols. E Róger Guedes é o artilheiro do Timão" na temporada.

Sim, ele lidera a artilharia do Alvinegro em 2022 com sete gols. Isso mostra que ele tem sua importância para o time.

Mas os desarmes entram nessa história porque o sistema de jogo implantando por VP só funciona bem quando todos fazem sua parte na marcação e em termos de posicionamento defensivo e ofensivo.

É, de fato, um jogo coletivo. Um elo solto quebra a corrente e expõe a equipe. Foi assim, por exemplo, no primeiro tempo do recente empate com o Internacional, quando Rafael Ramos não fez sua parte no primeiro tempo na marcação, deixando a defesa exposta.

Claro que é discutível se o treinador deve ou não usar Roger Guedes, mas é difícil contestar o argumento de que da forma como o Corinthians joga hoje todos os atacantes precisam dar a sua contribuição defensiva, além de atacar de maneira coletiva. Não é só esperar a bola chegar no pé.

Jô, por exemplo, ganhou espaço no time do português quando passou a ser mais produtivo sem a bola, usando seu posicionamento a favor da equipe.

Obviamente, não há só um jeito de jogar. Mas a forma escolhida por VP é essa. E tem dado certo. O Corinthians lidera o Brasileirão e, nesta quinta (26), recebe o Allways Ready em busca de terminar a fase de grupos da Libertadores na liderança de sua chave. Nesse cenário, é difícil discordar do português sobre Guedes.