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OPINIÃO

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Perrone: Título destaca virada da base do Verdão movida a mais de R$ 122 mi

Palmeiras é campeão da Copinha 2022, título inédito na história do clube - Marcello Zambrana/AGIF
Palmeiras é campeão da Copinha 2022, título inédito na história do clube Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

25/01/2022 12h59

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O título do Palmeiras na Copinha é histórico porque é o primeiro do clube e estraga a música provocativa dos rivais. Não existe mais jejum alviverde na competição para ser cantado. Mas a conquista, sacramentada com a vitória por 4 a 0 sobre o Santos, nesta terça (25), é também importante por tornar mais visível uma profunda transformação ocorrida nas categorias de base palmeirenses nos últimos anos.

O trabalho começou com Paulo Nobre na presidência do clube. Em 2015, ele contratou João Paulo Sampaio, que até hoje coordena o CFA (Centro de Formação de Atletas) do Palmeiras.

De lá para cá, conselheiros perderam influência nas categorias de base. Foi colocada em prática uma estratégia que previa que cada jogador atuasse em três posições diferentes. Foram estipuladas metas como aumentar a presença de jogadores nas seleções de base, no time principal do Palmeiras, e conquista de títulos. Todas foram alcançadas.

Para isso muito dinheiro foi investido. De acordo com números do clube, o investimento na base de 2017 a 2019, já com Maurício Galiotte na presidência, foi de cerca de R$ 90 milhões, como mostrou a coluna. Ou seja, média de aproximadamente R$ 30 milhões anuais.

Também conforme dados do Palmeiras, houve um aumento de 50,6% em relação ao montante investido na formação de atletas entre 2014 e 2016, período que teve Nobre como presidente. Ele foi eleito pela primeira vez em 2013.

O balanço de 2020, o mais recente disponível, mostra que a despesa operacional do clube com o futebol amador naquele ano foi de R$ 32.722.000. Assim, só entre 2017 e 2020 o Palmeiras colocou mais de R$ 122 milhões em suas categorias de base.

O resultado de todo esse trabalho já tinha sido visto muito antes da final da Copinha, com a participação de jogadores revelados no clube em conquistas do time profissional, por exemplo.

A brilhante campanha na Copinha deste ano e a goleada por 4 a 0 sobre o Santos na final tornaram essa transformação ainda mais mais palpável para o torcedor. A eficiência técnica e tática do Palmeiras, que implodiram o Santos, são frutos de um projeto desenvolvido a longo prazo.

O talentoso atacante Endrick, de 15 anos, é o novo rosto que simboliza a metamorfose que colocou a base do Palmeiras em outro patamar. Mas, como sabemos, ele não é o único. Patrick de Paula e Gabriel Menino estão entre os outros exemplos. A estrutura montada tem potencial para render muitas voltas olímpicas e mais ídolos para os palmeirenses.