Topo

Perrone

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Maneira como Ceniu caiu destoa de profissionalismo que Flamengo construiu

Rogério Ceni durante partida do Flamengo contra o Cuiabá, pela oitava rodada do Brasileirão 2021. - Gil Gomes/AGIF
Rogério Ceni durante partida do Flamengo contra o Cuiabá, pela oitava rodada do Brasileirão 2021. Imagem: Gil Gomes/AGIF

10/07/2021 11h02

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

De madrugada, na véspera do jogo contra a Chapecoense e após um áudio vazado. A forma como o Flamengo demitiu Rogério Ceni não condiz com a imagem profissional que a diretoria rubro-negra construiu nos últimos anos.

Trocar de técnico nas primeiras horas do sábado (10), um dia antes da partida seguinte do time, com a preparação já praticamente feita, cheira a amadorismo. Amadores improvisam, e é na base do improviso que Maurício Souza, treinador das categorias de base, comandará o time no domingo. Pelo menos não será a primeira vez que ele executa a função.

O fato de a queda de Ceni acontecer pouco depois de um áudio com críticas a ele feitas pelo analista de mercado Roberto Drummond, demitido antes do técnico, deixa a impressão de que, na opinião dos cartolas, a havia algo de verdadeiro no conteúdo da gravação. Rogério foi chamado de uma pessoa ruim, arrogante e que insistia para o clube trazer jogadores do Fortaleza, ignorando o trabalho dos analistas.

Dá para interpretar que a diretoria precisava de uma gota d'água para derrubar Ceni, desprezando a análise completa do trabalho do treinador.

O próprio vazamento do áudio foi uma atitude amadora, mas, nesse caso, por parte do analista.

Não é admissível que o Flamengo, com o elenco que tem, não esteja brigando pela liderança do Brasileirão. Ou seja, trocar de treinador era, sim, uma opção. Mas não às pressas, deixando a impressão de que a diretoria reagiu a um escândalo e mudou de ideia às vésperas da próxima partida.

Tudo que justifica a demissão de Ceni já tinha acontecido antes de o áudio vazar. Ele não precisava ter participado da preparação para o jogo com a Chape. O clube já poderia estar mais avançado na busca por um substituto. Porém, o amadorismo falou mais alto.