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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

As perguntas que precisam de respostas antes da Copa América

01/06/2021 04h00

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A realização da próxima Copa América no Brasil, em meio às dificuldades do país no enfrentamento da pandemia de covid-19, traz uma série de desafios.

Na manhã desta segunda (31), como mostrou o UOL Esporte, a Conmebol fez o pedido para a CBF, após suspender a realização do torneio na Argentina. Isso depois de o governo local alegar dificuldades para a realização do evento justamente por causa do agravamento da crise sanitária.

A Confederação Brasileira de Futebol acionou o Governo Federal, que viu com bons olhos a ideia, mas, até a conclusão deste post não tinha batido o martelo sobre a realização do evento.

Mesmo antes de as tratativas serem concluídas, começou uma corrida contra o tempo. Veja a seguir os principais desafios da Copa América, caso o Brasil seja confirmado como sede.

1 - Organizar a competição em tão pouco tempo

O início da Copa América está previsto para o próximo dia 13. A Conmebol tem até lá para organizar a competição saindo praticamente do zero. Escolher sedes com estádios, rede hoteleira e centros de treinamentos é o primeiro passo.

Isso em meio às regras sanitárias de cada Estado e concorrendo com o calendário futebolístico nacional.

O futebol brasileiro não vai parar durante a disputa. Haverá menos estrutura disponível.

A oferta diminuiu com a decisão de Pernambuco e Rio Grande do Norte de anunciarem que não estão à disposição do evento. Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, disse considerar inoportuno, neste momento, realizar a competição no Estado e no Brasil.

2 - Fazer a locomoção das delegações de maneira segura do ponto de vista sanitário

Seja em eventuais deslocamentos de uma sede para outra ou para CTs e estádios será preciso desenvolver protocolos sanitários seguros em pouco tempo, respeitando as particularidades de cada sede.

3 - Vacinar todas as delegações

Segundo o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, é uma condição para a realização da competição no Brasil que todas as delegações estejam vacinadas. Esse era o plano da Conmebol antes da mudança de sede e já foi iniciado.

No entanto, a logística para que as duas doses da vacina do laboratório chinês Sinovac sejam aplicadas em todos os participantes é complexa. Será mais uma corrida contra o relógio.

4 - Isolar de maneira eficiente as delegações

As autoridades da área da saúde recomendam a manutenção das regras de distanciamento mesmo para pessoas vacinadas.

Com diferentes sedes, estádios e centros de treinamentos é mais complexo criar um sistema de bolha.

5 - Evitar aglomerações

Apesar de jogos no Brasil serem com portões fechados durante a pandemia, tivemos vários casos de aglomerações motivados por partidas de futebol. Comemorações de título, manifestações de apoio aos times e protestos fizeram torcedores se juntarem.

Em competições entre seleções é comum fãs irem aos locais em que as delegações estão, principalmente hotéis, em busca de contato com seus ídolos.

Ou seja, o desafio é fazer funcionar algo que muitas vezes falhou até aqui no Brasil.

6 - Montar um protocolo seguro para profissionais de fora das delegações

Outro desafio é dar segurança sanitária para pessoas que trabalharão para as delegações, como funcionários de hotéis. Eles serão isolados, privados do contato com as famílias?

7 - Conquistar a opinião pública

A repercussão inicial nas redes sociais indica que conquistar a opinião pública é uma das tarefas mais difíceis dos organizadores do torneio. O principal desafio é desvincular a competição da imagem negacionista já estampada no Governo Federal.