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OPINIÃO

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Pane do VAR em gol do Inter é ápice da falta de respeito com torcedor

Gol de Rodrigo Dourado pelo Inter foi o centro da controvérsia com o VAR em São Januário, pelo Brasileirão 2020 - Reprodução/TV Globo
Gol de Rodrigo Dourado pelo Inter foi o centro da controvérsia com o VAR em São Januário, pelo Brasileirão 2020 Imagem: Reprodução/TV Globo

15/02/2021 08h42

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A pane do VAR no gol marcado por Rodrigo Dourado, do Internacional, contra o Vasco, neste domingo (14), foi o ápice de falta de respeito com o torcedor no Brasileirão de 2020.

Os fãs já tiveram que engolir jogadores fora de forma por conta da falta de sensibilidade dos cartolas para reduzir a quantidade de jogos durante a pandemia, incontáveis erros de arbitragem, esperas intermináveis por uma resposta do VAR, irritantes reclamações de atletas contra os juízes e até falta de educação de treinadores.

As linhas do VAR para checar se houve impedimento no primeiro gol do Inter na vitória por 2 a 0 sobre o Vasco não puderam ser usadas por estarem supostamente descalibradas. Isso num lance que mexia com a briga pelo título, já que o Flamengo poderia ter assumido a liderança em caso de tropeço colorado, e com o rebaixamento, do qual os vascaínos tentam fugir.

Tal situação simboliza o serviço de baixa qualidade prestado ao torcedor no Campeonato Brasileiro.

Pouco depois do jogo da pane no VAR, gremistas, são-paulinos e o árbitro Paulo Roberto Alves Júnior se esforçaram para dar sequência ao desrespeito ao público, que por conta da Covid-19 só pode assistir às partidas pela TV.

Como quase sempre acontece no Brasileirão, os atletas agiram como adolescentes confrontando um professor sem pulso a cada marcação da arbitragem. Um festival de broncas no juiz e de bate-bocas entre os adversários fizeram com que cada cobrança de falta levasse minutos para acontecer. Será que eles se lembraram que os torcedores pagaram para acompanhar a partida pelo canal Premiere? Aposto que não.

O cara que está em casa, mesmo que seja pela TV aberta, merece receber um produto melhor. Não deveria ter que aturar, entre outros absurdos, um treinador ofender seu jogador com gritos de "mascaradinho" e "perninha", como fez Fernando Diniz com Tchê Tchê.

Nem ser obrigado a ver técnico agarrar atleta adversário, algo feito por Renato Gaúcho com Carlinhos, do Fortaleza.

Outra situação irritante para quem está no sofá é ouvir os berros de dirigentes e outros integrantes dos estafes dos clubes que podem ir aos estádios pressionando a arbitragem. A gritaria flamenguista na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, neste domingo, foi insuportável. Todo lance era 'apitado' por essa turma. Quem está em casa tem o direito de assistir ao jogo em paz.

Lembrar dos erros de arbitragem seria passar horas escrevendo. Mas dá tempo de recordar que na lista de desleixos com o campeonato estão alguns juízes absurdamente fora de forma. O esforço que fazem para tentar acompanhar as jogadas às vezes chega a ser constrangedor.

É preciso gostar muito de futebol para aguentar tanta falta de consideração. Ainda mais diante da farta oferta de jogos de ligas europeias.

O episódio com o VAR na partida entre Vasco e Internacional só reforça a imagem do torcedor brasileiro de herói da resistência. E de consumidor que age sem pensar.

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