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REPORTAGEM

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MP endurece denúncia contra acusados de ataque a ônibus após pedido do SPFC

Ônibus do São Paulo após ataque em emboscada - Divulgação
Ônibus do São Paulo após ataque em emboscada Imagem: Divulgação

13/02/2021 11h38

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Com Pedro Lopes, do UOL, em São Paulo

Após sugestão do São Paulo, o promotor Roberto Bacal endureceu a denúncia contra os suspeitos de atacarem o ônibus tricolor no último dia 23. Na última sexta (12), o membro do Ministério Público denunciou os acusados por mais dois crimes e concordou em ter o clube como assistente de acusação.

No dia anterior, o São Paulo apresentou relatório da Polícia Militar sobre as bombas encontradas no galpão para o qual os acusados fugiram. Os advogados tricolores, então, sugeriram a denúncia por novos crimes relacionados aos explosivos.

O representante do MP abraçou a tese e acrescentou para os 15 acusados as denúncias pelos crimes de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos e guarda de explosivos sem autorização.

O promotor também anexou ao processo ofício que relata diversas brigas entre membros da Independente, maior torcida organizada do São Paulo, desde 2019.

O documento faz parte de ação que investiga brigas na torcida por conta de uma suposta disputa de poder.

Usando esses dados e relacionando a emboscada a membros da uniformizada, o promotor voltou a pedir o banimento da Independente dos estádios e outros locais em que o São Paulo esteja por cinco anos.

"Os fatos apurados nos autos demonstram que a Torcida Independente do São Paulo, desde o ano de 2019, como bem aponta e explicita o ofício ora juntado e os documentos destes autos, vem, através de inúmeros indivíduos, causando atos de vandalismo, rixas envolvendo dezenas ou até centenas de integrantes e simpatizantes em vários pontos desta cidade bem como atos de barbárie", escreveu o promotor sobre os conflitos entre integrantes da organizada.

A respeito da emboscada, ele afirmou: "o atentado ao ônibus do São Paulo, no dia seguinte de ameaças proferidas por seus integrantes no CT do São Paulo e manipulados por um de seus dirigentes e denunciado nesta ação penal, demonstra mais um grave episódio da violência da torcida organizada, que agora atenta contra seus próprios jogadores e delegação".

O Ministério Público já havia denunciado 14 torcedores por associação para cometer crimes, destruir coisa alheia com substância inflamável ou explosiva, opor-se a ato legal mediante violência (no caso, entraram em conflito com policiais militares ao serem localizados), ofender a integridade corporal de alguém e promover tumulto em evento esportivo".

Um diretor da Independente, principal torcida organizada do São Paulo, que não estava no local da emboscada nem foi preso, foi denunciado por associação para cometer crimes. Ele nega sua participação no episódio. Seu nome, porém, aparece nas novas denúncias ligadas aos explosivos. A defesa do diretor da torcida aponta equívoco do promotor já que seu cliente não estava no local em que as bombas foram localizadas.

Na última quinta, a Justiça concedeu liberdade provisória a cinco denunciados, os únicos que estavam presos. O São Paulo pediu revisão da decisão, mas, até a publicação deste post, ela estava mantida.

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