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Opinião: preso a seus conceitos, Tite caminha para desatualização

Técnico Tite antes de a bola rolar para Brasil x Venezuela, jogo das Eliminatórias para a Copa de 2022 - Nelson Almeida-Pool/Getty Images
Técnico Tite antes de a bola rolar para Brasil x Venezuela, jogo das Eliminatórias para a Copa de 2022 Imagem: Nelson Almeida-Pool/Getty Images

14/11/2020 09h16

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A vitória da seleção brasileira por 1 a 0 sobre a Venezuela, nesta sexta (13), mostrou que Tite está preso numa bolha formada por seus conceitos e convicções. Tal prisão ameaça o transformar num treinador defasado.

Essa demonstração começou antes mesmo do jogo, com a decisão se convocar Neymar, apesar de sua lesão na coxa esquerda.

Na Copa da Rússia, Tite apostou em alguns jogadores que não estavam bem fisicamente, confiando na capacidade de sua comissão técnica para recuperá-los. Os problemas físicos acabaram acompanhando o time durante toda a competição.

A lição parece não ter mudado o modo de pensar de Tite, que trouxe Neymar da França, tentou recuperá-lo, argumentou que era importante a convivência com o jogador, mas acabou cortando o atacante antes do jogo com a Venezuela.

Na opinião deste blogueiro, seria melhor apostar em outro nome para os jogos com venezuelanos e uruguaios. Além de vislumbrar novas possibilidades, Tite evitaria o desgaste de Neymar numa viagem intercontinental para fazer algo que ele poderia fazer em Paris. Prevaleceram os conceitos intocáveis de Tite.

Na difícil vitória da desfalcada da seleção brasileira por um 1 a 0 sobre a Venezuela, no Morumbi, a dificuldade do treinador em arejar suas ideias se tornou mais evidente.

Diante de um adversário retrancado, a seleção brasileira não se movimentava. Só se movia quem estava com a bola enquanto os demais ficaram parados esperando.

A impressão, mais uma vez, foi de que os atletas têm medo de atacar espaços não autorizados para eles por Tite e se queimarem com o treinador.

O jogo posicional prendeu os jogadores brasileiros em seus quadrados mais do que se vê em equipes que adotam o mesmo conceito.

Tite parece ignorar o fato de que seus comandados precisam improvisar para surpreender o rival. Se movimentar para encontrar espaços é uma opção consagrada no futebol, mas parece ser algo castigado na seleção brasileira.

Falta a Tite entender que o time não precisa jogar de uma só forma e que introduzir novas ideias vai ajudá-lo a evoluir na profissão.

Se não for mais aberto a experiências, Tite caminhará a passos largos para conquistar seu carimbo de treinador defasado. Hoje, ele já parece menos atualizado do que quando foi contratado pela CBF, na opinião deste blogueiro.